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Exportações do agro crescem em volume, mas faturamento em dólar cai

set, 04, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202436

As exportações de produtos do agronegócio brasileiro mantiveram um bom ritmo ao longo de 2024, com aumento de 4,5% no volume exportado entre janeiro e junho. No entanto, o faturamento em dólar apresentou uma ligeira queda, devido à combinação de uma redução de 5% nos preços médios pagos em dólar e o aumento na quantidade exportada. Esses dados foram divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do sistema Siscomex.

No primeiro semestre do ano, as exportações brasileiras do setor agropecuário totalizaram US$ 82 bilhões, uma pequena retração em relação ao mesmo período de 2023. Produtos como algodão, açúcar, café, carne bovina in natura e farelo de soja impulsionaram o crescimento em termos de volume exportado. O algodão, por exemplo, registrou aumento de 228% no volume exportado, enquanto o café teve um crescimento de 52%. Porém, a redução da produção de soja no país e a queda constante nos preços em dólar apresentam desafios significativos para o setor no decorrer do ano.

A China permanece como o principal destino das exportações brasileiras, absorvendo cerca de um terço das vendas do agronegócio. Além disso, mercados como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Índia aumentaram suas importações de produtos brasileiros.

Para o segundo semestre de 2024, o cenário se apresenta desafiador. A menor colheita de soja pode limitar o crescimento das exportações desse produto, dificultando a superação dos recordes de faturamento alcançados em 2023. Apesar disso, a demanda por produtos como algodão, açúcar e carne bovina in natura deve continuar crescendo, ajudando a manter o volume exportado em alta. A desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para manter a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, mas a queda nos preços externos ainda pesa sobre os resultados financeiros do setor.

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