‘Fator China’ muda a dinâmica do mercado de milho
jan, 24, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202304
Dois meses após autorizar as importações de milho do Brasil, a China comprou do país mais de 1,1 milhão de toneladas do grão em 2022. A expectativa é que os embarques ganhem corpo neste ano, com as vendas ao país asiático alcançando entre 3 a 5 milhões de toneladas, o que colocaria o Brasil no pódio dos principais vendedores à China.
“O Brasil será um dos três maiores fornecedores da China já em 2023, atrás da Ucrânia e dos Estados Unidos, que continuará sendo o principal importador. Podemos ultrapassar a Ucrânia, mas depende muito do desenvolvimento da guerra com a Rússia. A Ucrânia teria milho para seguir como segundo neste ranking, mas se vai conseguir embarcar para a China é uma questão instável e sem definição”, diz André Pessôa, CEO da Agroconsult.
De acordo com Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, das 18 milhões de toneladas de milho que os chineses vão importar neste ciclo 2022/23, 15 milhões devem vir dos EUA e outras 3 milhões da Ucrânia. O Brasil, segundo ele, pode vender entre 2 a 3 milhões de toneladas, mas esse número não deve mudar a estimativa final de importação chinesa.
“A China vem de três anos seguidos de corte nas importações e tem uma previsão de safra recorde. O volume de vendas do Brasil vai depender dessa confirmação de colheita na China. Mas não são 3 milhões de toneladas a mais que eles vão importar, e sim uma oferta que vai ser deslocada dos EUA para o Brasil”, disse Molinari.
Glauber Silveira, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) afirma que o potencial das importações do gigante asiático pode desbalancear o mercado.
De acordo com o dirigente, na hipótese de a China comprar grandes quantidades do Brasil, cerca de 1 milhão de toneladas por mês, haveria uma preocupação com os estoques internos de grandes regiões produtoras.
“Ela [a China] pode dar um susto no mercado se entrar com muita força nas importações. Não estou dizendo que vai faltar milho, mas de uma estimativa de exportação de 40 milhões de toneladas, 30 milhões já estão negociadas. Isso quer dizer que quem deixar para comprar depois vai ter que buscar em regiões do interior, e vai acabar pagando mais caro, e com a dificuldade logística, pode ficar inviável”.
Veja abaixo um gráfico com o volume exportado de milho (hs 1005) de janeiro de 2019 a novembro de 2022, de acordo com a ferramenta de inteligência de mercado DataLiner da Datamar.
Exportações brasileiras de milho | janeiro 2019 – novembro 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve exportar 47 milhões de toneladas de milho na temporada 2022/23, 500 mil toneladas a mais na comparação com a safra anterior.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/01/24/fator-china-muda-a-dinamica-do-mercado-de-milho.ghtml
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