Federação portuária argentina rejeita dragagem do Porto de Montevidéu
fev, 14, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202407
A Federação da Indústria Portuária e Naval da Argentina (Fempinra) rejeitou, neste sábado, a aprovação na Comissão Administradora do Rio da Prata (CARP) da dragagem e aprofundamento do canal de acesso ao porto uruguaio de Montevidéu para 14 metros, argumentando que isso colocaria o porto de Buenos Aires em desvantagem.
Além disso, a liderança sindical, sob a tutela de Juan Carlos Schmid, ressaltou que “a este equívoco se soma a iniciativa do governo da Província de Buenos Aires em favor do porto de La Plata, resultando no fechamento do único porto federal, o Porto B”. “Essa aprovação da Argentina não é inédita, poderíamos afirmar que é histórica, infelizmente”, declarou Schmid em comunicado.
O secretário-geral do sindicato de Dragagem e Balizamento também destacou que essa decisão evidencia uma “ausência de política externa na Bacia do Prata” por parte da Argentina. “Não é problema o Uruguai solicitar a aprovação dos 14 metros para seu principal porto. Na verdade, não deveríamos nos opor ao investimento e à melhoria dos países vizinhos em suas estruturas logísticas. O cerne do problema é que há 25 anos a Argentina não faz nada, seja por ignorância ou interesses ocultos”, enfatizou o líder sindical.
Celebração no Uruguai e questionamentos na Argentina
Schmid destacou que a Argentina possui “a maior extensão hidroviária do continente com uma concessão encerrada, que demonstrou eficiência e acertos em seu edital de bases e condições, os quais, certamente, pela experiência adquirida, deveriam ser aprimorados em uma nova licitação”. “A este equívoco se soma a iniciativa do governo da Província de Buenos Aires em favor do porto de La Plata, resultando no fechamento do único porto federal, o Porto de Buenos Aires”, ressaltou.
Dias atrás, o Ministério das Relações Exteriores argentino confirmou a aprovação do pedido uruguaio para a dragagem de 13 a 14 metros no porto de Montevidéu, enfatizando que isso foi “possível graças ao trabalho técnico conjunto” realizado pelas delegações dos dois países, “a partir de uma fiel observância do Tratado do Rio da Prata e seu Fronte Marítimo, que preservam os requisitos mínimos e indispensáveis para garantir a segurança da navegação na região”.
O governo argentino defendeu que “os projetos apresentados nas águas de uso comum, no âmbito do art. 17 e seguintes do Tratado, recebam uma avaliação ágil e expedita, no contexto do fortalecimento das relações de amizade, cooperação e integração entre ambos os países”, propondo “a redação de um protocolo ou mecanismo para agilizar os procedimentos de análise deste tipo de projetos dentro da Comissão”.
Por sua vez, o governo uruguaio celebrou como “um fato de absoluta relevância” e destacou que se tratava de “um objetivo que foi prioridade expressa do atual governo de Luis Lacalle Pou”, como “um grande passo para continuar desenvolvendo nosso sistema de portos como polo logístico regional, e como porta de saída para produtos de uma ampla região, em um feito que beneficiará toda a bacia do rio da Prata e a hidrovia Paraná-Paraguai”.
A Fempinra alertou que, com essa decisão da Argentina, “o porto de Buenos Aires se encontra em desvantagem em comparação com sua contraparte de Montevidéu na competição para se tornar o Hub regional, sendo assim consideravelmente mais provável que as companhias de navegação finalizem sua rota no principal porto do Uruguai”.
Fonte: Ámbito
Para ler a matéria original, acesse: https://www.ambito.com/uruguay/la-federacion-maritima-portuaria-argentina-rechazo-la-profundizacion-del-puerto-montevideo-n5943105
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