Fretes marítimos desabando: hora de olhar para a economia global sem descuidar do segundo turno das eleições
out, 02, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202239
Apesar das eleições ainda estarem em pauta no país – já que de acordo com a apuração das eleições, o país terá um segundo turno entre Lula, que teve 48% os votos no primeiro turno e Bolsonaro com 43%, o país precisa olhar para a economia internacional – mesmo sem perder de vista a proximidade com a Copa do Mundo. Crises em várias regiões do mundo estão levando os fretes a desabarem.
Dados recém-divulgados pelo DataLiner apontam que em agosto as exportações brasileiras via contêineres caíram 7,8% em relação a igual mês de 2021. Já no acumulado dos oito primeiros meses de 2022, a queda foi de 3,5%.
Confira abaixo um comparativo das exportações no acumulado dos oito primeiros meses do ano a partir de 2019. Os dados são do DataLiner:
Exportações Brasileiras via contêiner | Jan 2019 – Agosto 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Em relação às importações, apesar de um desempenho positivo em agosto na comparação anual (+16,2%), resultado da chegada ao país de cargas que estavam represadas em razão dos lockdowns na China, o movimento no acumulado do ano também é de queda: -8,9% no período de janeiro a agosto de 2022 em relação a igual período de 2021.
O gráfico abaixo, elaborado a partir de dados do DataLiner, mostra um comparativo das importações brasileiras via contêineres no acumulado de janeiro a agosto nos últimos quatro anos:
Importações Brasileiras via Contêineres| Jan 2019 – Agosto 2022 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Essa queda nos volumes tem se refletido nos fretes marítimos, que desabaram. Segundo a Platts, as taxas spot de contêineres continuaram a cair durante a semana encerrada em 23 de setembro, uma vez que os efeitos da retração da demanda do consumidor e do aumento da inflação tomaram conta do mercado de varejo, reduzindo a demanda de importação.
Na América do Sul, os níveis de frete continuaram a se deteriorar, espelhando os do mercado norte-americano. A rota PCR31 – Norte da Ásia-Costa Leste da América do Sul – caiu US$ 200 durante a semana para se estabelecer em US$ 5.800/FEU.
“As taxas da Ásia para o Brasil estão derretendo”, disse um despachante brasileiro ao Platts.
De fato, as taxas de contêineres são um reflexo da situação econômica global de crise atualmente, de inflação alta, menor demanda do consumidor e menos investimentos. A expectativa dos profissionais do segmento é que o mercado global desacelere ainda mais ao longo do ano, com as taxas de frete podendo, até mesmo, cair para níveis pré-pandêmicos.
Além disso, a utilização da capacidade dos navios também diminuiu, afetada pela inflação – e os gargalos nas principais rotas comerciais melhoraram. Segundo a Platts, tradicionalmente, as viagens em branco geralmente caem nessa época do ano, pois os volumes de carga geralmente são altos, no entanto, a fraca demanda este ano está fazendo com que as transportadoras façam mais viagens em branco para sustentar as taxas e manter os navios cheios.
Comércio com EUA, Europa e Rússia
Dentre os principais parceiros comerciais do Brasil, dados do DataLiner apontam queda nos volumes de destinos importantes, como Estados Unidos e Inglaterra.
Para os Estados Unidos, por exemplo, houve uma queda de 6,13% nas exportações no comparativo Janeiro a Agosto de 2022 e 2021. Vale destacar que o país norte americano tem enfrentado um cenário de crise, com inflação alta, o que vem se refletindo no consumo da população e, consequentemente, nas suas importações.
Confira abaixo um histórico das exportações brasileiras via contêineres aos Estados Unidos no período de janeiro a agosto nos últimos quatro anos. Os dados são do DataLiner:
Exportações via contêineres para os Estados Unidos| Acumulado Jan – Agosto | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Na Europa, também houve queda dos embarques para vários destinos. Para a Itália, a queda foi de 6,8%. Para a Inglaterra, foi um pouco menor: – 5,6%. Vale destacar que o continente enfrenta problemas de abastecimento do gás russo, o que deve prejudicar a economia daqui para frente, principalmente com as temperaturas em queda.
Além disso, no Reino Unido, as greves sobrepostas em dois dos maiores portos da Grã-Bretanha, Liverpool e Felixstowe, devem causar interrupções nas cadeias de suprimentos da região. As greves resultarão em atrasos de carga e as transportadoras provavelmente omitirão as escalas nos portos afetados, desviando a carga para portos próximos no Reino Unido e na UE. Isso poderia resultar em custos adicionais de transporte e intensificar o congestionamento em portos europeus já congestionados.
Para a Rússia, a queda já era esperada por conta da guerra que o país declarou contra a Ucrânia e as consequentes sanções de diversas empresas e companhias de navegação ao país. As exportações brasileiras via contêineres para o país caíram 58,9% no acumulado dos oito primeiros meses de 2022 em relação a igual período do ano passado. Veja abaixo:
Exportações via contêineres para a Rússia| Acumulado Jan – Agosto | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Perspectivas
Para os próximos meses, a previsão é de estagnação da economia global. Segundo barômetro publicada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a demanda global por produtos exportados diminuiu consideravelmente. Para a OMC, a persistência da guerra na Ucrânia, as pressões inflacionárias e a esperada elevação de juros em economias desenvolvidas continuarão a provocar incertezas nas trocas globais.
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