Portos e Terminais

Governo uruguaio oferece possibilidade de exportação pelo Porto de Montevidéu ao Brasil

out, 11, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202340

Autoridades do Ministério dos Transportes e Obras Públicas (MTOP) do Uruguai ofereceram a industriais do Rio Grande do Sul (Brasil) a opção de escoar suas produções ou realizar importações pelo Porto de Montevidéu. A informação foi dada pelo vice-presidente da Administração Nacional de Portos (ANP), Daniel Loureiro.

O objetivo das autoridades estatais foi apresentar à Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs-RS) o projeto do Terminal Multimodal Interior Porto Seco de Rivera. A Fiergs-RS reúne as principais indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

O governo uruguaio espera que a ferrovia, que ligará o Porto Seco de Rivera ao terminal de Montevidéu, esteja pronta no primeiro trimestre do próximo ano. A iniciativa em Rivera funcionará da mesma forma que o porto de Montevidéu, recebendo cargas de caminhões brasileiros que serão embarcadas em vagões em Rivera e transportadas para o porto da capital.

O Porto Seco de Rivera faz parte de outros projetos realizados em conjunto pelo Uruguai e pelo Brasil, como o aeroporto binacional de Rivera, a Hidrovia Laguna Merín-Lagoa dos Patos ou a ponte Mauá em Rio Branco. “Esses são projetos sólidos que concretizam as políticas de integração regional”, disse Loureiro ao ser questionado pelo jornal El País.

No caso da ANP, Loureiro afirmou que “nossa intenção em Porto Alegre foi apresentar Montevidéu não como um concorrente do Rio Grande do Sul, mas como um complemento ou uma extensão da capacidade de carga brasileira, integrando-se aos portos do Brasil para, quando necessário, escoar tanto a produção do Rio Grande quanto receber suas importações pelo Porto de Montevidéu”.

Segundo Loureiro, a vantagem do porto uruguaio da capital é que ele é o mais profundo da bacia do Rio da Prata.

Loureiro reconheceu que, embora o Porto Seco de Rivera ainda não tenha a conexão ferroviária materializada – estará pronta apenas em abril ou maio de 2024 -, o governo uruguaio pelo menos apresentou aos industriais brasileiros essa ferramenta de integração como “uma realidade tangível” para ampliar a zona de influência do Porto de Montevidéu abrangendo o norte do Uruguai e o sul do Brasil.

Sobre o evento organizado para a associação de industriais do Rio Grande do Sul, o vice-presidente da ANP disse que houve uma grande presença de empresários e da imprensa. “Ficamos muito satisfeitos com a receptividade”, destacou.

Um antigo desejo

A criação de um porto seco em Rivera conta com o apoio do sistema político uruguaio. Em 2010, a reativação da ferrovia era uma das prioridades do governo de José Mujica. Naquela época, foi alcançado um acordo para que a AFE reparasse 422 quilômetros (Montevidéu-Rivera) de ferrovias a partir de 2010, com um prazo de execução de 18 meses e um investimento de US$ 60 milhões.

Este plano estava “vinculado” a um projeto da Administração Nacional de Portos na época, que previa a criação de um porto seco em Rivera que operaria como um ponto de conexão para transportar mercadorias do Porto de Montevidéu para o Brasil.

Doze anos depois, em 3 de abril de 2022, o subsecretário de Transporte, Juan José Olaizola, afirmou ao El País que a entrada em operação do Ferrocarril Central, prevista para o final de 2023 ou início de 2024, permitirá o transporte diário de 2.300 toneladas de celulose da planta da UPM em Durazno, bem como a possibilidade de transportar outros tipos de carga até o Porto de Montevidéu.

Assim, Olaizola se referiu à construção da Linha Ferrocarril Central, que também permitirá a conexão do porto uruguaio com Rivera por meio da Linha Focem 1.

Olaizola reforçou que a Administração Nacional de Portos está trabalhando no Porto Seco de Rivera, que permitirá o transporte de cargas regionais na fronteira com o Brasil. “A aposta do governo é poder transportar mercadorias por trem até o porto”, enfatizou o dirigente do MTOP.

“Seria como trazer o terminal portuário de Montevidéu a 500 quilômetros de distância. Quando a carga brasileira chegar ao porto seco, terá um status semelhante ao de ter entrado no Porto de Montevidéu”, afirmou Olaizola.

Em 23 de março deste ano, o presidente e o vice-presidente da ANP, Juan Curbelo e Loureiro, respectivamente, apresentaram ao prefeito de Rivera, Richard Sander, o Projeto Terminal Multimodal Porto Seco Rivera. “O porto seco tem hoje uma área definida, um decreto regulamentar que o designa como recinto portuário alfandegado e, portanto, é uma realidade”, concluiu Curbelo.

Fonte: Portal Portuario

Clique aqui para acessar a matéria original: https://portalportuario.cl/gobierno-uruguayo-ofrece-a-industriales-brasilenos-exportar-por-el-puerto-de-montevideo/

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