Greve do Ibama trava importação de carros e afeta estoque de lojas

A greve dos trabalhadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) começou em janeiro e vem deixando parte da indústria de mãos atadas desde então. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, em pouco mais de dois meses, mais de 30 mil veículos estão parados nos pátios, à espera das liberações ambientais emitidas pelo órgão.

Lotes de carros importados só podem entrar oficialmente no país e serem vendidos após o Ibama aprovar as licenças ambientais. Assim, o órgão garante que os veículos estão de acordo com as regras de emissões do país.

Veículos que chegam ao Brasil em navios estão parados nos portos. Os que entram pela fronteira terrestre, como os que são feitos na Argentina e no Uruguai, dependem da aprovação do Ibama para seguir caminho. A paralisação afeta, principalmente, marcas que não produzem no Brasil, como BYD, Volvo, GWM, Kia e Mercedes.

Autoesporte apurou que algumas concessionárias já estão com estoques baixos. É o caso de um revendedor da Peugeot, que reportou a falta do 208 argentino. “Normalmente, tenho em torno de 100 carros no estoque da concessionária. Hoje tenho dez”, lamentou o lojista.

Outra marca que enfrenta problemas de abastecimento é a Volkswagen. O Taos é feito na Argentina, e a reportagem apurou que algumas concessionárias correm o risco de ficar sem o modelo. A Toyota, que também produz a Hilux no país vizinho, depende da liberação para que a picape seja enviada a Guaíba (RS), onde sua montagem é finalizada. O Zero Hora diz que a retenção das picapes está impactando fornecedores locais.

Autoesporte consultou os números parciais de vendas de importados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), que revelam que alguns modelos já demonstram tendência de queda nas vendas de março em comparação com os meses anteriores.

Vendas de importados no Brasil – março/2024

Fonte: Fenabrave

Greve já dura três meses

Funcionários do Ibama reivindicam novos planos de carreira, aumentos salariais e a melhoria de condições de trabalho. Na última semana, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresentou uma nova proposta aos trabalhadores.

Além do setor automotivo, a greve do Ibama afeta empresas dos ramos de energia, óleo e gás. O órgão também é responsável por emitir licenças ambientais para a construção de novos empreendimentos.

Apesar da greve, o Ibama mantém suas operações em regiões específicas, como terras indígenas e zonas com animais em risco de extinção.

Fonte: Autoesporte

Clique aqui para ler o texto original: https://autoesporte.globo.com/setor-automotivo/industria-automotiva/noticia/2024/03/greve-do-ibama-trava-importacao-de-carros-e-afeta-estoque-de-lojas.ghtml

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