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Gripe suína africana leva BRF a aumentar exportações para a China

jul, 19, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201930

Com a gripe suína africana, que devastou os rebanhos da China, os preços da carne de porco subiram no país obrigando-o a aumentar as importações para satisfazer a demanda.

Mais de 1,1 milhão de porcos foram mortos ou abatidos enquanto as autoridades lutam para conter um vírus que se espalhou para os países vizinhos desde que os primeiros casos surgiram em agosto de 2018 e para os quais não há vacina.

Mas acredita-se que o número seja muito maior, já que dados oficiais mostram que o rebanho de suínos da China totalizou 347,6 milhões no primeiro semestre do ano, uma queda de 60 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. Os preços da carne suína subiram apenas um quinto em junho.

A China é o país que mais produz e consome carne suína do que em qualquer outro lugar do mundo.

Para atender a demanda, Pequim aumentou as importações de suínos, com os embarques da União Europeia subindo 37% entre janeiro e abril, segundo dados da Comissão Europeia. O Brasil também se tornou uma grande fonte de importações.

A China está importando apenas carne de porco congelada e a carne vai para as grandes cidades. Os preços, por sua vez, podem subir até 40% nos próximos seis meses, de acordo com uma nota do banco Nomura.

BRF mira China

Diante dessa situação, a BRF SA espera receber em breve até quatro novas licenças de exportação para vender frango e carne suína à China, o que poderia ajudar o processador brasileiro a reverter três perdas anuais consecutivas.

A BRF perdeu um total de 5,9 bilhões de reais (US $ 1,58 bilhão) até 2018. De acordo com o presidente-executivo da BRF, Lorival Luz, uma delegação chinesa está visitando vários frigoríficos brasileiros nesta semana e na próxima.

Se a fábrica da BRF em Lucas do Rio Verde conseguir permissão para vender para a China, Luz disse que a empresa poderia aumentar as exportações de frango e carne suína para esse destino em cerca de 30%.

A gripe suína africana na China elevou os preços das exportações de carne suína da BRF para a Ásia em até 30% no final do segundo trimestre. Os volumes provavelmente subirão quando as novas licenças de exportação forem emitidas, segundo o presidente-executivo da BRF.

A BRF iniciou um esforço no ano passado para obter uma reviravolta em seus negócios, que envolveu vendas de ativos para reduzir o endividamento, uma redução nos estoques de matérias-primas e uma redução de 5% de sua força de trabalho no Brasil para ajustar a capacidade à demanda.

Luz disse que a recuperação continua, e deve ajudar a BRF a gerar caixa no futuro sem a necessidade de vender mais ativos.

Além de impulsionar as exportações para a China, a BRF também está interessada em encontrar um parceiro para produzir carne localmente na Arábia Saudita, já que o mercado halal do Golfo é uma prioridade.

Luz visitou a região do Golfo no primeiro semestre e espera voltar no segundo, já que nenhuma decisão foi tomada em seu parceiro de negócios local.

Fontes: Reuters e Mercopress

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