Gripe suína africana faz Cargill fechar fábricas na China

A gripe suína africana já matou centenas de milhares de porcos na China e está mexendo com as cadeias de suprimentos globais.
Os dados mais recentes mostram que os rebanhos da China, os maiores do mundo, encolheram mais em junho, ficando 26% menores que no mesmo período do ano passado.

Um relatório divulgado no início deste mês pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê uma queda de 5% na produção de carne suína chinesa neste ano, enquanto as importações de suínos devem aumentar para quase 2 milhões de toneladas de uma média de 1,6 milhão de toneladas por ano, no período de 2016-2018.

Quem se beneficia com isso são as empresas que atuam com transporte reefer, já que o país precisará aumentar as importações de carne suína para suprir sua demanda interna.

Do outro lado, há grandes perdas para o transporte a granel e produção de soja, principalmente do Brasil e Estados Unidos, já que caiu a demanda por esse grão para alimentar os porcos.

Um relatório recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou que as importações de soja da China caíram para 84 milhões de toneladas na safra 18/19 e 83 milhões de toneladas na safra 19/20, em comparação com 94,1 milhões de toneladas do período 17/18.

A gigante do agronegócio Cargill, por exemplo, fechou várias fábricas de ração animal na China nos últimos meses.

“Esta não é uma tendência de seis meses para a China se recuperar”, disse Chuck Warta, presidente da divisão de nutrição animal e pré-mistura da Cargill, em entrevista à Reuters no início deste mês. “Vai levar cerca de 24 a 36 meses para a reposição da população mundial de animais.”
Warta disse que a maioria das instalações fechadas não será reaberta, mesmo que a China tenha a doença sob controle.

A Cargill fechou três fábricas de ração e nutrição animal nos últimos meses, representando uma redução de capacidade de aproximadamente 150.000 toneladas.

A doença se espalhou pelo Sudeste Asiático e agora está entrando na Europa, com casos sendo relatados na Bélgica e na Bulgária.

Fonte: Splash 247.com

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