
Guerra comercial de Trump favorece o agronegócio brasileiro, diz SLC
mar, 14, 2025 Postado porSylvia SchandertSemana202511
A guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que levou países, incluindo a China, a retaliar contra as tarifas implementadas por seu governo, é favorável ao Brasil, afirmou o CEO da empresa de agronegócio SLC Agrícola em 13 de março.
“A guerra comercial continua beneficiando a agricultura brasileira, e o Brasil como fornecedor seguro para clientes que demandam alimentos”, disse Aurélio Pavinato em uma teleconferência com analistas após a divulgação dos resultados do quarto trimestre da empresa.
A SLC é uma das maiores produtoras de grãos e algodão do Brasil.
O benefício para a maior economia da América Latina estaria ligado à forte demanda da China, maior importadora de soja do mundo, já que a dependência do país asiático em relação à soja dos EUA “diminuiu muito” desde a guerra comercial anterior, em 2018-2019, afirmou Pavinato.
Na semana passada, a China retaliou rapidamente às novas tarifas dos EUA anunciadas por Trump, impondo aumentos de 10% e 15% em impostos sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas americanos, incluindo carne e soja.
Pavinato estimou que a China importará 80 milhões de toneladas de soja do Brasil e 21 milhões de toneladas dos EUA este ano.
A guerra comercial já está fortalecendo os prêmios da soja brasileira em relação aos preços de referência de Chicago, disse ele, acrescentando que eles têm potencial para subir 10% — precisamente a taxa de tarifa aplicada pela China sobre a soja dos EUA.
Pavinato destacou que a China também reduziu sua dependência do milho norte-americano e que o Brasil em breve poderá atender a toda a demanda chinesa por importação de algodão.
A grande questão, segundo ele, é se haverá um novo acordo entre a China e os EUA sobre produtos agrícolas, como aconteceu na guerra comercial anterior, quando as duas potências conseguiram chegar a um entendimento.
O gráfico abaixo revela os dez produtos mais exportados do Brasil em contêineres do Brasil para a China em 2024, segundo dados da Datamar.
Exportações em contêineres para a China | Brasil | 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Um acordo semelhante ao visto no primeiro governo Trump pode não ser benéfico para o Brasil, pois poderia levar a China a importar mais dos EUA.
“Mas não acreditamos que isso vá acontecer”, disse Pavinato.
“Pode haver um acordo, mas a agricultura não seria seu pilar. A guerra comercial de 2025 parece muito mais geopolítica do que comercial.”
Reportagem de Roberto Samora; Texto de Isabel Teles; Edição de Gabriel Araujo e Rod Nickel
Fonte: Reuters
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