Guerra Tarifária Desafia a Logística do Agronegócio Brasileiro

A decisão da China de responder às políticas protecionistas da administração Trump com tarifas sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos representa um desafio para os exportadores brasileiros. Apesar do aumento da demanda global por commodities agrícolas, o Brasil enfrenta gargalos logísticos que podem limitar seu potencial de aproveitamento da oportunidade.

De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), essa mudança nos fluxos comerciais pode impulsionar a demanda por produtos brasileiros, mas as limitações de infraestrutura podem impedir o país de maximizar os benefícios. “Embora esse cenário represente uma abertura de mercado, a logística interna do Brasil continua sendo um obstáculo fundamental para o escoamento eficiente da produção”, afirmou a associação em um boletim.

Em resposta às tarifas de 20% impostas pelo presidente Trump sobre produtos chineses, Pequim aplicou tarifas de 15% sobre o milho, trigo, frango e algodão dos EUA, além de 10% sobre a soja, sorgo, carne bovina e suína. A mudança na demanda em direção ao Brasil já está causando impacto. “Esse efeito ainda está em desenvolvimento, mas, no curto prazo, os prêmios de exportação melhoraram. Nos dois primeiros meses do ano, a China reduziu as importações dos EUA e aumentou as compras do Brasil, que agora representa 79% de suas importações no período”, destacou a ANEC.

O gráfico abaixo revela os dez produtos mais exportados do Brasil em contêineres do Brasil para a China em 2024, segundo dados da Datamar.

Exportações em contêineres para a China | Brasil | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A associação prevê que as exportações de soja disparem em março, coincidindo com o pico da colheita, podendo atingir 14,79 milhões de toneladas.

Por Paulo Santos

Fonte: Valor International

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