Hapag-Lloyd prevê queda ainda maior nos lucros este ano, com tarifas dos EUA e o Canal de Suez pesando

A empresa de transporte containerizado Hapag-Lloyd informou nesta quinta-feira (20 de março) que o lucro líquido caiu quase 19% em 2024 e deve declinar ainda mais este ano, com as tarifas dos EUA e os ataques de militantes houthi contra navios no Mar Vermelho ofuscando as perspectivas.

A quinta maior transportadora de contêineres do mundo afirmou que as políticas tarifárias do presidente Donald Trump estavam pesando na demanda, enquanto o timing do retorno dos operadores ao Mar Vermelho será decisivo para o desempenho operacional em 2025.

“O ambiente econômico e geopolítico continua frágil. Nesse contexto, antecipamos que os lucros em 2025 serão menores do que em 2024”, declarou o porta-voz.

Em uma teleconferência com jornalistas, ele afirmou posteriormente que esperava uma redução nas perspectivas de crescimento econômico dos EUA.

A empresa também propôs um corte de 11,4% no dividendo em relação ao ano anterior, para 8,20 euros por ação. As ações do grupo caíram 8% às 12:00 GMT.

Habben Jansen afirmou que não haverá uma resolução rápida da crise do Canal de Suez, com os armadores sendo forçados a navegar por uma rota alternativa cara ao redor da África para evitar ataques dos militantes houthi no Mar Vermelho.

A empresa, que iniciou a cooperação Gemini com a concorrente Maersk em fevereiro, disse que continuará acompanhando de perto os custos unitários e desenvolverá seus negócios em terminais e operações em terra no decorrer do ano.

A Hapag-Lloyd encomendou e já garantiu o financiamento para 24 novos navios vindos da China.

O lucro líquido do grupo caiu para 2,4 bilhões de euros (US$2,61 bilhões) em 2024, de 2,9 bilhões de euros anteriormente.

O lucro antes dos juros e impostos para 2025 foi previsto entre zero e 1,5 bilhão de euros, contra 2,6 bilhões registrados em 2024.

Reportagem de Vera Eckert; Edição de Ludwig Burger e Jan Harvey

Fonte: Reuters

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