Hidrovias ampliariam eficiência logística e operacional do Porto de Santos
dez, 06, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202345
Favorecida pela natureza, o Porto de Santos necessita apenas de projetos e investimentos para viabilizar o uso de hidrovias e equilibrar a sua matriz de transporte de cargas.
Consultor da Diretoria de Planejamento da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), hoje Autoridade Portuária de Santos (APS), por oito anos e especialista em portos e vias navegáveis, o engenheiro civil João Gomes Ribeiro Neto participou do estudo realizado pela Codesp, em 2010, que identificou o potencial aquaviário da região.
“A navegação interior, com certeza, poderia ser a distribuidora de cargas em plataformas multimodais e industriais”, afirma Ribeiro Neto sobre a participação de hidrovias no aumento da eficiência logística e operacional do Porto de Santos.
Segundo o levantamento, a Baixada Santista tem 195 quilômetros de malha aquaviária, sendo 35 quilômetros de vias navegáveis, ou seja, sem restrições para implantação de hidrovias, que são sinalizadas.
“O ideal é ter opção de acesso sem ter que passar pela Via Anchieta ou por dentro da cidade, evitando o trânsito. Com plataformas de distribuição e contêineres levados de barcaças até essas plataformas, seguindo depois para o destino por caminhões ou por trens, você otimiza essa logística, ganhando tempo. Dessa forma, a embarcação consegue desembarcar tudo rápido e ir embora”, explica Ribeiro Neto.
O engenheiro aponta que uma das vantagens da navegação interior, ou seja, navegar por uma hidrovia operante, sinalizada e com boias, é a dispensa de um calado operacional muito profundo. “Em uma hidrovia, uma balsa calando só 1,5 metro carrega 500 toneladas, um peso equivalente a 30 contêineres. Então, as hidrovias poderiam distribuir essas cargas para pontos mais próximos da estrada, sem passar por dentro da cidade”, enfatiza.
Políticas públicas
O fomento às hidrovias no Brasil é uma das prioridades do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), que pretende a Secretaria Nacional de Hidrovias.
Ribeiro Neto observa que a criação dessa secretaria e a aprovação do marco legal, a chamada BR dos Rios, são facilitadores ao fomento do modal, porém, faz uma ressalva: “É necessário ter gente com conhecimento técnico na Secretaria Nacional de Hidrovias para a elaboração dos projetos e implementação das hidrovias”.
Antaq
No último dia 23 de novembro, durante o Summit Antaq, promovido pelo Grupo Tribuna, em Santos, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, destacou as vantagens do modal hidroviário.
“Dentro dos modais de transporte, o hidroviário é o que emite menos carbono, quatro vezes menos do que uma rodovia. Do ponto de vista ambiental, econômico e operacional, ele apresenta largas vantagens. Essa é outra prioridade que a agência vem trabalhando. São quatro projetos”, comentou.
Nery planeja ainda lançar os primeiros editais em 2025. “No ano que vem, a gente quer lançar audiências públicas e, se tudo der certo, no primeiro trimestre de 2025, nós já estaremos na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), realizando os primeiros leilões de concessões hidroviárias. Essa é a meta que estamos trabalhando”.
Quanto à Hidrovia Tietê-Paraná, que beneficiaria o escoamento de cargas com destino ao Porto de Santos, Nery afirmou que ainda “não está nesses primeiros quatro projetos. Ela está dentro dos Eixos Estratégicos do PGO (Plano Geral de Outorgas Hidroviário), mas será estudada na sequência”.
Potencial em São Vicente
A destinação de áreas para expansão da poligonal do Porto de Santos em São Vicente começa a ganhar forma. A Prefeitura constituirá um grupo de trabalho técnico que selecionará áreas para estudo de viabilidade. No mesmo rumo, cresce a discussão sobre a criação de uma hidrovia, aproveitando o potencial aquaviário da Cidade.
O secretário de Comércio, Indústria e Negócios Portuários (Secinp) de São Vicente, Guilherme Guzzi, acredita que as hidrovias fazem sentido, já que a Cidade é rica em mananciais. “Mas temos que considerar o debate regional, em algo que seja benéfico para toda a Baixada Santista”.
O secretário disse que atualmente não há projeto do Município para navegação interior, mas que o assunto é relevante e será estudado.
Expansão portuária
No entanto, a proposta de cessão de áreas para expansão portuária segue avançando. Segundo Guilherme Guzzi, o Município criará um grupo técnico em breve. “Participamos ontem (segunda-feira) de uma reunião técnica para discutir a Poligonal do Porto em São Vicente e fizemos um esboço de possíveis áreas que passarão a ser alvo de estudo de viabilidade. Após esse encontro será formado um grupo de trabalho técnico para finalização do estudo e definição final das áreas”.
Guzzi diz que a previsão é de mais um ou dois encontros. “Para que tudo seja discutido e não fique nenhuma ponta solta. Estamos apenas definindo as datas”.
Fonte: A Tribuna
Clique aqui para ler o texto original: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/hidrovias-ampliariam-eficiencia-logistica-e-operacional-do-porto-de-santos
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