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Importação brasileira de alimentos cresce

out, 09, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202439

As exportações do agronegócio ficaram estáveis de janeiro a setembro em relação a igual período de 2023, somando US$ 126 bilhões. A importação de alimentos, no entanto, aumentou 5%, para US$ 27,8 bilhões.

Do lado das exportações, soja e milho tiveram grandes perdas. Embora o Brasil tenha exportado mais soja, ela perdeu preço no mercado internacional e rendeu 14% a menos neste ano.

As exportações de milho, após o recorde de 2023, quando o país superou os Estados Unidos, estão restritas devido à safra menor no Brasil e à concorrência de outros produtores. A queda é de 41% até setembro.

Do lado das importações, considerando apenas os alimentos, os gastos nacionais subiram para US$ 12 bilhões, 17% acima do valor de 2023.

Os destaques desses gastos ficaram para trigo, leite, frutas e azeite de oliva. As importações de trigo já somam 5,1 milhões de toneladas, 59% a mais do que de janeiro a setembro de 2023.

Os gastos com frutas subiram para US$ 753 milhões, com alta de 38%, e os com azeite foram a US$ 637 milhões, com evolução de 57%.

O Brasil aumentou as receitas obtidas com produtos do agronegócio em praticamente todas as principais regiões do mundo, à exceção de Ásia e América do Sul.

Soja, café e açúcar foram determinantes para o desempenho. Importadores de soja, como a China, tiveram uma relação comercial menor com o Brasil no período.

Os chineses gastaram 12% a menos com soja no mercado brasileiro, embora tenham importado um volume 6% superior. As exportações totais de soja somam 89,5 milhões de toneladas, 3% a mais do que em 2023.

Já os importadores de café, como Estados Unidos e União Europeia, gastaram mais no país devido à forte aceleração dos preços internacionais dessa commodity. As receitas brasileiras com o café atingiram US$ 7,7 bilhões até setembro, com alta de 86%.

Os países do Oriente Médio, importantes compradores de açúcar, melhoraram a relação comercial com o Brasil neste ano devido a esse produto. Os gastos daquele bloco econômico com o açúcar foram para US$ 2,65 bilhões, 68% a mais.

O gráfico abaixo permite que os leitores comparem as exportações de açúcar brasileiro registradas nos portos marítimos nos primeiros oito meses dos últimos quatro anos. Os dados foram extraídos do serviço de inteligência DataLiner, um produto da Datamar.

Exportações de Açúcar | Jan-Ago 2021 vs Jan-Ago 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A alta do produto no mercado internacional e a boa oferta brasileira permitiram receitas de US$ 13,9 bilhões até setembro, 36% a mais do que em 2023.

O Brasil perdeu espaço em dois dos principais mercados neste ano: China e Argentina. A participação chinesa no agronegócio brasileiro recuou para 33%, abaixo dos 36% do ano passado, quando considerados alimentos e produtos relacionados ao agronegócio, como celulose, madeira e outros.

Já os argentinos, responsáveis por 3% das receitas brasileiras com exportações em 2023, recuaram para 1% neste ano.

No caso da Argentina, além de exportar menos, o Brasil está gastando mais no país vizinho. Em 2023, os argentinos importaram muita soja brasileira e exportaram pouco trigo.

Neste ano, as importações argentinas de soja não ocorrem, porque eles voltaram a ter uma boa safra, mas as exportações de trigo por eles aceleraram muito. O Brasil já importou 3,23 milhões de toneladas do cereal da Argentina, 86% a mais do que em 2023.

O mercado externo esteve muito favorável também para as carnes. Até setembro, as receitas com essas proteínas já somam US$ 17,7 bilhões, 7% a mais do que em 2023. O destaque é para o avanço da carne bovina.

Maior produtor e exportador mundial de soja, o Brasil já buscou 818 mil toneladas da oleaginosa no mercado externo neste ano, 524% a mais.

Até setembro, as importações de agrotóxicos somam 528 mil toneladas, 34% a mais do que a média dos últimos três anos para o período.

Fonte: Folha de S. Paulo

Clique aqui para ler o texto original: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vaivem/2024/10/importacao-brasileira-de-alimentos-cresce.shtml

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