Importação de aço deve se normalizar no próximo ano
set, 30, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202138
Apesar da alta das importações de produtos siderúrgicos neste ano pelo mercado brasileiro, as companhias nacionais estimam que a participação de material estrangeiro no consumo aparente deve voltar aos patamares históricos já em 2022.
Segundo o presidente da Usiminas, Sergio Leite, o nível normal da participação de produtos importados é na faixa de 11% do consumo aparente no país. “Importação é opção comercial. E nos últimos dez anos representou 11% do consumo aparente.Esse ano que está em um patamar mais elevado, mas nada que perdure”, afirmou Leite, durante o Congresso Aço Brasil.
Para Leite, o grande problema é que esse aço importado é produzido por países que não apresentam simetria com o mercado brasileiro, o que causa uma concorrência desleal. “O grande drama é que esse aço vem de países onde não há simetria nas relações comerciais com o Brasil, como a China que é o maior alvo de processos antidumping”, disse.
Até agosto, segundo o Instituto Aço Brasil, as importações de produtos siderúrgicos somaram 3,5 milhões de toneladas, uma alta de 163,9% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Já o consumo aparente chegou a 18,8 milhões de toneladas nos oito meses de 2021. Esse volume representou alta de 41,7% em relação ao acumulado de 2020.
No segundo trimestre ano passado, com a pandemia, as siderúrgicas tiveram de ajustar sua produção à demanda que, naquele momento, estava abaixo da normalidade. Com a retomada da economia, o consumo de aço retornou fortemente, ocorrendo assim desabastecimento do mercado e favorecendo as importações. “A indústria do aço reagiu de forma intensa para suprir a demanda real e a reposição dos estoques. Agora, o abastecimento esta normalizado”, afirmou Leite.
Diante do cenário atual do mercado brasileiro, o presidente da Aperam Brasil,Frederico Ayres, afirmou que a redução de alíquota do imposto de importação para produtos siderúrgicos, que é pleiteada por alguns setores consumidores, como o da construção civil, está fora do consenso.
“O mercado já está abastecido. Falar em redução da alíquota como uma saída para o abastecimento é um contrassenso. Os estoques estão repostos e agora o que o setor precisa é crescer, principalmente nas exportações”, acrescentou Ayres.
Fonte: Valor Econômico
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