Importações brasileiras de fertilizantes crescem 10% em 2020
jan, 26, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202104
Em 2020, os portos brasileiros registraram 34,25 milhões de toneladas em importações de fertilizantes. O volume é quase 10% superior ao de 2019. O país é dependente de compras externas de fertilizantes para prover ao mundo o resultado de três safras anuais.
As compras de fertilizantes representaram ao Brasil gasto de US$ 8 bilhões em 2020. Em dólares, o valor ficou 11% abaixo do registrado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) um ano antes, quando compras de 31 milhões de toneladas custaram US$ 9 bilhões. A queda no preço dos fertilizantes na moeda estrangeira explica o “desconto”.
No entanto, é na conversão da despesa para reais que o aumento dos desembolsos fica mais evidente. Em um quadro de desvalorização da moeda brasileira em relação à americana, o peso é maior para produtos como hortifrútis, que não são dolarizados como a soja e o milho, por exemplo, negociados a preços internacionais na bolsa de Chicago.
As importações de fosfato monoamônico (MAP), principal fertilizante usado na soja,cresceram 22,2% no ano passado, para 4,8 milhões de toneladas. As de ureia, nitrogenado demandado pelo milho, aumentaram 27,6%, chegando a 7,1 milhões de toneladas. O ingresso de cloreto de potássio (KCl) no país, por sua vez, aumentou 7,4%, a 11 milhões de toneladas.
Segundo o diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (Ama), Carlos Eduardo Florence, as importações ficaram dentro do esperado e que o Brasil deve ter mantido os níveis de estoques de passagem na casa de 5 a 6 milhões de toneladas. Esse volume de estoques é habitual.
No país, por questões naturais, a oferta de fertilizantes minerais é restrita, o que exige um resguardo mínimo para contrabalançar a dependência de importações. Os países que respondem pela maior parte dos envios de adubos ao Brasil são Rússia, Canadá, China e Marrocos. Os dados de distribuição interna de 2020, que compreendem também a produção nacional, ainda não estão disponíveis.
Florence lembra que as compras do ano passado serão o combustível do plantio ainda da segunda safra sobretudo de milho, mas também de algodão no Centro-Oeste e Matopiba, de cana em São Paulo e das lavouras de batata do Sul e Sudeste durante o primeiro semestre de 2021. Com o imbróglio envolvendo o aumento de ICMS para insumos agropecuários no Estado de São Paulo, sobre o qual o governo recuou, ele acredita que mais algumas compras podem ter sido antecipadas.
Fonte: Valor Econômico
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