Importações de soja da China devem se recuperar, uma boa notícia para agricultores brasileiros

Espera-se que a China termine o ano com estoques de farelo de soja historicamente baixos, o que deve aumentar a dependência da soja importada em 2023, disse Victor Martins, gerente sênior de risco da HedgePoint Global Markets, no último dia 22.

A soja brasileira, que é processada na China para fazer ração animal, é atualmente mais atraente do que a soja dos EUA para embarques em fevereiro, disse Martins em entrevista.

A notícia é positiva para os agricultores brasileiros, alguns dos quais podem começar a colher seus grãos de 2023 em menos de uma semana.

A ampla oferta de safra nova do Brasil, que provavelmente aumentará sua participação nas exportações globais de soja para 51,5% na temporada 2021/2022, é cotada em preços FOB portuários.

“A combinação de maiores ofertas no Brasil, baixos estoques de farelo de soja na China e relaxamento das políticas de COVID-zero (na China) devem impulsionar a demanda de soja da China para 2023”, disse Martins.

A demanda mais fraca por soja em 2022 do principal comprador, a China, pode fazer com que os volumes de vendas brasileiras para aquele país caiam para o nível mais baixo desde 2017, segundo dados comerciais do governo.

Mas, embora os volumes possam terminar 2022 em uma baixa de seis anos, os preços altos significam que os vendedores brasileiros são pagos generosamente pelo produto que vai para a China, mesmo com menos vendas.

O Brasil exportou 52,4 milhões de toneladas de soja para a China até novembro, acumulando US$ 31 bilhões, segundo dados do governo brasileiro. Isso se compara a US$ 27,2 bilhões em todo o ano de 2018, quando um recorde de 68,5 milhões de toneladas de soja do Brasil foi exportado apenas para a China.

Veja abaixo o volume de soja (hs 1201) exportado do Brasil para o gigante asiático entre janeiro de 2019 e outubro de 2022, segundo o serviço de inteligência de mercado DataLiner da Datamar.

Exportações de soja para a China | Jan 2019 – Out 2022 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A redução das exportações brasileiras de soja foi resultado de quebras de safra em meio a uma seca no sul, que reduziu o excedente de soja exportável e aumentou os prêmios portuários domésticos.

A queda afetou os processadores chineses, que enfrentaram margens de esmagamento negativas no início de 2022 com a alta dos preços da soja.

No segundo semestre, os baixos estoques de farelo de soja coincidiram com um aumento repentino nas margens de suínos chineses. Isso, disse Martins, estimulará mais demanda por farelo de soja na China nas próximas semanas.

Fonte: Agriculture

Para ler o material original, acesse: https://www.agriculture.com/markets/newswire/chinas-soybean-imports-to-recover-a-boon-to-brazil-farmers

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