Índia e África serão os próximos grandes destinos da soja brasileira, diz coordenador do Insper
jun, 08, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202223
Décadas atrás, o Brasil precisava importar grande parte dos alimentos que consumia. Hoje, o país é o responsável pela nutrição de mais de um bilhão de pessoas nos cinco continentes. Para destacar os fatores que levaram a essa grande virada e os desafios à frente, o Fórum Aliança da Soja – Inovação e o Futuro da Agricultura Tropical, realizado nesta terça-feira (7), em Petrolina, Pernambuco, reuniu entes da cadeia no Centro de Desenvolvimento de Produtos da Bayer.
O primeiro palestrante, o coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Jank, ressaltou que o Brasil conseguiu transformar recursos naturais abundantes em produção competitiva e sustentável a partir de tecnologia que permitiu a tropicalização da agricultura. Para os próximos anos, o especialista enxerga a exploração de novas fronteiras agrícolas e diversificação dos destinos da soja brasileira. “Diria que esta década será marcada pela expansão da integração lavoura-pecuária […]. Temos cerca de 80 milhões de hectares agrícolas no país e 160 milhões de hectares de pasto. É exatamente nesta área que a soja, o milho, algodão e outros vão crescer”, considera.
Para ele, a demanda da China, sudeste asiático e Oriente Médio por produtos brasileiros seguirão firmes, ainda que o país precise acessar mercados no que diz respeito à venda de carnes. “Amanhã teremos demanda de Índia e África que, atualmente, representam no máximo 4% do que o Brasil exporta em agro. Há um enorme potencial pela frente à medida que esses dois destinos forem aumentando renda per capita e se urbanizando”.
Veja abaixo como se comportaram os embarques de soja nos quatro primeiros meses do ano de 2019 a 2022. Esses dados são da plataforma DataLiner da Datamar.
Exportações de Soja do Brasil | Jan – Abr | 2019 – 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Jank também destacou que o cenário geopolítico atual, com a guerra travada entre Rússia e Ucrânia, fez os preços dos alimentos e fertilizantes aumentarem exponencialmente e que a solução para minimizar este problema é o aumento da produção, não taxas de exportação ou incremento de subsídios. “Não há nenhum outro país com capacidade de aumentar mais a sua produção do que o Brasil, exatamente pela integração lavoura-pecuária e pela tecnologia”.
O coordenador do Insper ainda destacou que milho, trigo e arroz representam 40% da ingestão de calorias da humanidade. “Destes três cereais, dois deles estão sendo afetados pela guerra, que são o milho e o trigo. Oitenta por cento da população mundial vive em países importadores líquidos de alimentos”, finaliza.
Fonte: Canal Rural
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