Indústria de transformação perde espaço nas exportações, aponta estudo
jun, 20, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202225
A indústria de transformação brasileira perdeu espaço considerável nas exportações brasileiras e no comércio de manufaturados mundial nos últimos anos. Segundo estudo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria brasileira está aquém do seu potencial de participação no comércio internacional.
Apesar de ter aumentado sua inserção internacional nos últimos anos usando mais insumos importados, o setor manufatureiro do Brasil não conseguiu aumentar suas vendas para o exterior. Nos últimos 15 anos, a pauta de exportação do Brasil tem se concentrado em itens primários, com perda da participação dos bens manufaturados, sobretudo os mais intensivos em tecnologia, ressalta a entidade.
Segundo o estudo Integração Internacional: Abertura com Competividade, parte da série de 21 documentos temáticos que a CNI fez para elaborar propostas nas áreas de economia, comércio exterior, meio ambiente, infraestrutura para os candidatos à Presidência, a participação do Brasil nas exportações relacionadas à indústria de transformação em todo o mundo passou de 0,9% em 2005 para 0,6% em 2015 e 0,4% em 2020, segundo dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, na sigla em inglês) e da Organização Mundial do Comércio (OMC), compilados pela CNI.
No que diz respeito ao valor adicionado, conceito que mede os insumos adicionados no processo produtivo mundial, a indústria brasileira passou do percentual de 2,3% em 2005 para 1,6% em 2015 e 1,3% em 2020.
O uso de insumos na indústria, medido pelo coeficiente de importação de insumos industriais, cresceu de 16,1% em 2008 para 19,3% em 2021. A importância das exportações para a produção industrial, medido pelo coeficiente de exportação – caiu de 15,4%, para 14,6% no período.
A participação do Brasil nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação em torno 0,83% em 2019 situou o país na 30 colocação no ranking dos maiores exportadores de bens da indústria de transformação. A CNI estima, contudo, que esse percentual tenha caído para 0,78%, o que levou o Brasil para a 31 colocação.
Outro fenômeno observado pelo estudo da CNI é a concentração da pauta exportadora em produtos primários, o que deixa o Brasil sujeito às oscilações do mercado internacional. Isso reflete a queda do percentual da indústria de transformação no total das exportações do país, cedendo espaço para a indústria extrativa e a agropecuária, menos intensivos em tecnologia.
A participação da indústria de transformação nas exportações brasileiras vem caindo há mais de duas décadas. Em 2000 atingiu o recorde de 83% e chegou a 51,3% em 2021. No período, a indústria extrativa aumentou sua presença de 6,7% para 28,5%. Já os produtos agropecuários que respondiam por 8,1% em 2000, passaram para o percentual de 21,6% em 2020 e de 19,6% em 2021.
Esse cenário reflete ainda menor diversificação da indústria de transformação brasileira desde 2014. Esses setores menos intensivos em tecnologia aumentaram sua participação na produção industrial doméstica de 25,56% no biênio de 2007 a 2008, para 35,04% dez anos depois, acrescenta a CNI.
Segundo Renato da Fonseca, superintendente de desenvolvimento industrial da CNI, a menor participação da indústria de transformação nas exportações brasileiras se deve ao aumento dos insumos importados, impulsionados pela valorização da moeda brasileira, a partir de 2005.
“Barateiam-se os preços das importações, ao mesmo tempo em que as exportações são desestimuladas”, diz. “Um outro ponto é a nossa dificuldade para exportar há tempos. Aglutinamos muito o custo Brasil, mas também temos um sistema tributário que gera cumulatividade mesmo na hora de exportar. Reduzir o tributo em toda a cadeia é fundamental para deslanchar as exportações.”
Fonseca acrescenta que a perda de protagonismo da indústria manufatureira brasileira tem a ver também com a valorização do preço das commodities no mercado internacional, embalada pelo crescimento da demanda de itens da agropecuária e de minerais por países asiáticos, sobretudo a China.
Fonte: Valor Econômico
Para ler o texto original completo acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/06/18/industria-perde-espaco-nas-exportacoes-aponta-estudo.ghtml
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