Portos e Terminais

Infraestrutura caótica dos portos brasileiros é alvo de críticas

dez, 17, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202448

Problemas de infraestrutura, gargalos nos acessos e ameaça à competitividade. Situações que colocam o Brasil na berlinda da atividade marítima internacional e que afetam o peso brasileiro na balança comercial mundial. O caminho para isso passa por uma palavra que precisa ir além do discurso: planejamento.

O CEO do Porto Itapoá (SC), Ricardo Arten, resumiu a preocupação do setor, em especial com a questão dos acessos. “Os terminais brasileiros, independentemente se é um investidor local ou estrangeiro, vão continuar investindo. Mas o Brasil está sofrendo com a falta de capacidade. Precisa primeiro investir nela para, então, atrair mais demanda”, avalia.

Segundo ele, em outros países, a logística é vista como prioridade no plano diretor dos portos.“Como pode o maior porto da América Latina não ter acesso ferroviário para escoar a importaçãoe receber os contêineres de exportação? É inadmissível”, acrescenta.

Arten vai além em sua crítica. “A inovação tem que vir para resolver problemas. Temos que procurar soluções através de inovação”, diz ele, que participou do painel O Planejamento e Desenvolvimento para os Portos Brasileiros durante o Summit Antaq, no dia 26 de novembro, em Brasília.

Oportunidade

Também no evento, o diretor de Administração Portuária do Porto do Açu (RJ), Vinicius Patel, afirma que existe a necessidade de viabilizar, além dos acessos, soluções de fornecimento de energia e até mesmo de aprimoramento dos sistemas de transporte dutoviário.

“É a maior oportunidade de industrialização que o Brasil já teve. O mundo está olhando para a gente como um grande provedor de commodities. Queremos ser isso? Já somos. Temos é que pensar em portos como estruturas industriais”, pondera.

Head de Direito e Política de Concorrência para a América Latina da Maersk, Ana Carolina Albuquerque também aposta na evolução amparada em um planejamento.

“Não sei se a concessão dos canais (de navegação) é o caminho. Mas, de fato, ter a profundidade necessária para que o armador (dono do navio) consiga trazer os navios maiores. Às vezes, um navio até menor tem que sair com menos carga, porque ele não consegue passar pelos canais de acesso”, diz.

Poder público

Secretária-executiva do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Mariana Pescatori adota um discurso otimista sobre os desafios para 2025 no setor portuário.

“Estamos em um momento muito positivo para o setor, e eu fico aqui com os meus deveres de casa. O que a gente ainda tem é que fazer com que haja integração entre os ministérios”, defende. “Vamos solucionar as questões de profundidade dos nossos principais portos. A gente está falando de Santos e de Paranaguá, que estão precisando de aprofundamento e perenidade.Também lançaremos uma política de sustentabilidade, trazendo o setor privado para assinar um pacto conosco”.

Diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Alber Vasconcelos aposta na força do Poder Público, mas sem perder de vista a presença do setor privado.

“Um ponto central em 2025 é a gente acreditar nas instituições, no Ministério que formula a política. Eles estão muito assertivos. Mas, ao mesmo tempo, a gente não pode ficar pensando que o privado faz tudo. A gente precisa também do público, que tem que ser o catalisador do investimento privado”.

Flávia Takafashi, também diretora da Antaq, entende que o momento é de superar uma eventual falta de coordenação no setor privado. “Direcionem nossos encaminhamentos, foquem o planejamento no que de fato vai trazer um resultado positivo, fazer o setor andar para a frente”,encerra.

Fonte: A Tribuna

Clique aqui para ler o texto original: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/infraestrutura-caotica-dos-portos-brasileiros-e-alvo-de-criticas-1.444566

 

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