Inglaterra devolve ao Brasil frango com salmonela

O governo brasileiro confirmou, nesta quarta-feira (03/07) que a Inglaterra devolveu ao Brasil 16 contêineres de aves devido à presença de salmonela nos embarques. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, os embarques totalizaram 1.400 toneladas de carne de frango, que foram devolvidas em um período de 15 meses.

A confirmação foi feita após a publicação de uma reportagem investigativa conduzida pelo site Repórter Brasil em parceria com o jornal britânico The Guardian e o Bureau of Investigative Journalism. Segundo o site, alguns dos embarques pertenciam aos principais frigoríficos do país, a JBS e a BRF Foods.

Após terem sido recusadas pela Grã-Bretanha, as aves contaminadas foram vendidas no mercado brasileiro, já que o país tem um limite máximo mais alto para vestígios de salmonela do que os componentes da União Europeia.

Maior exportador de frango congelado do mundo

De acordo com o Bureau of Investigative Journalism, o Brasil é o maior exportador de frango congelado do mundo, mas cerca de uma em cada cinco de suas aves estão contaminadas com o vírus da intoxicação alimentar salmonella. O país fornece cerca de US $ 1 bilhão em carne de frango à Europa a cada ano.

A bactéria Salmonella é encontrada nas entranhas de aves e gado. Aves e animais podem ser infectados através de rações, em incubadoras ou através de fezes durante o transporte até os matadouros, onde o abate e o processamento também podem disseminar a infecção. Nos seres humanos, o envenenamento por salmonela pode ser fatal, particularmente em bebês e idosos.

Já no Reino Unido, as taxas de salmonela variaram de 1,5% a 2,2% entre 2013 e 2017, de acordo com a Food Standards Agency.

Alexandre Campos da Silva, que coordena as inspeções de carne para o governo brasileiro, disse que isso “não é um risco” para a saúde humana porque a bactéria é morta no processo de cozimento. No entanto, a salmonela pode ser contraída a partir do contato com o frango cru.

O gráfico a seguir, extraído do DataLiner, mostra a tendência de exportação para a Reino Unido de 2006 a maio de 2019:

Fontes: Bureau of Investigative Journalism e MercoPress

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