Investimento real na Argentina aumentou 14,5% em setembro, impulsionado pela compra de equipamentos importados

O investimento real na economia argentina registrou um crescimento mensal de 14,5% em setembro, alimentado principalmente por um aumento nas compras de equipamentos importados. Esse crescimento segue uma redução na alíquota do imposto PAIS sobre bens adquiridos no exterior.

Esses números são do Índice Mensal de Investimento Bruto Doméstico (IBIM) da consultoria Orlando Ferreres. Segundo dados ajustados sazonalmente a preços constantes (excluindo os efeitos da inflação), essa foi a maior mudança positiva desde que Javier Milei assumiu a presidência.

O principal motor foi o setor de equipamentos de produção duráveis importados, que teve um aumento extraordinário de 66,6% em comparação a agosto. Vale destacar que muitas empresas adiaram suas transações internacionais até setembro, após um anúncio do governo de que a alíquota do imposto PAIS sobre essas transações cairia de 17,5% para 7,5%.

Enquanto isso, o equipamento de produção durável nacional subiu 1,3%, enquanto o setor da construção viu um aumento de 1,9%.

Redução da queda ano a ano

Na comparação anual, o índice registrou uma queda de 8,3%, a menor redução da era Milei. Medido em dólares, o investimento mensal estimado alcançou US$ 7,798 bilhões.

O investimento em máquinas e equipamentos subiu 3,4% anualmente, retornando ao território positivo devido a um aumento de 8,5% nas vendas de equipamentos duráveis nacionais e uma ligeira diminuição de 0,2% no maquinário importado, em um contraste acentuado com a contração de 42,8% em agosto.

O investimento em construção caiu 18,6% em setembro, refletindo uma queda menor do que em agosto, embora o setor continue se recuperando mais lentamente do que outros. Os números acumulados para o ano mostram que o investimento em construção está 24,8% abaixo do mesmo período do ano passado.

Perspectiva de investimento melhora

Apesar dos ganhos recentes, os dados do IBIM mostram uma contração de 20,4% nos primeiros nove meses de 2024. “As melhorias no sentimento do mercado parecem estar influenciando as decisões de investimento. As compras de equipamentos duráveis nacionais cresceram pelo terceiro mês consecutivo, e os investimentos importados estão quase estáveis em relação ao ano anterior, após uma queda de mais de 40% em agosto”, relatou Ferreres.

“Nos próximos meses, esperamos uma melhoria adicional nos níveis de investimento, apoiada por fundos de anistia fiscal e, em médio prazo, pelo sucesso antecipado do RIGI. No entanto, os controles de capital ainda restringem os fluxos de investimento estrangeiro, portanto, as expectativas devem ser moderadas”, acrescentaram.

Fonte: Ámbito

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