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Navegação

La Niña deve afetar navegação comercial depois de junho

mar, 23, 2022 Postado porSylvia Schandert

Semana202212

As previsões do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) indicam que o sistema hidroviário no Estado logo poderá voltar a sofrer os impactos do período de seca, com reflexo na navegabilidade dos rios.

Dados divulgados neste mês do monitoramento mensal das secas apontam que o efeito La Niña vai seguir até maio, ocasionando chuvas abaixo da média ao menos nos dois próximos meses. Assim, consequentemente, o fenômeno La Ninã afeta também a navegação comercial na região.

O período de maior estiagem passou a ser sentido principalmente no fim de 2019 e prosseguiu pelos anos seguintes, causando um efeito cascata.

Este é o terceiro ano de seca mais severa registrado no Estado, e a redução das chuvas fez com que o nível do Rio Paraguai, principal sistema hidroviário em Mato Grosso do Sul, sofresse com a redução do calado e o impedimento de navegação com níveis comerciais em 2020, 2021 e já com previsão de ocorrência neste ano.

“A previsão indica manutenção do La Ninã até maio (80%) e, provavelmente, influenciará nas condições de tempo no outono. Durante a atuação do La Niña, tende a ocorrer uma maior frequência de massas de ar frio. Sendo assim, as chuvas devem ficar abaixo da média climatológica para abril-maio-junho”, detalhou nota do Cemtec.

O efeito La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do Oceano Pacífico e que, por consequência, gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica que impactam o regime das chuvas.

Retomada Breve

Conforme empresas que atuam em Corumbá e Porto Murtinho, o nível mínimo para navegação deve ser de 1,5 metro.

A região de Ladário, onde se encontra o principal terminal do Centro-Oeste, a Granel Química, é um dos pontos do Rio Paraguai onde o calado para navegação tem sido mais afetado nesses três últimos anos.

Mesmo após um período de chuvas mais constantes em Cáceres, onde é a foz do rio, esse volume de água só chegou para a região de fronteira do Brasil com a Bolívia no começo de fevereiro, permitindo a retomada segura da navegação comercial.

Mesmo assim, o registro na régua indicado pela Marinha é abaixo do que já foi medido em anos anteriores, exceto 2020, quando houve uma seca mais rigorosa.

A Bolivia tem no Rio Paraguai o seu principal meio de escoamento de produtos por meio hidroviário. A principal carga carregada é o minério de ferro, mas há também combustível sendo transportado por esse modal.

Por enquanto, o prognóstico de chuva mais escassa é motivo de manter as empresas que operam na região sob alerta, mas o transporte segue ocorrendo.

Se não fosse pelas condições climáticas e os impactos no nível do rio, o transporte de cargas manteria uma tendência de maior crescimento. Isso, pelo menos, é o que indica relatório da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq).

Relatório da autarquia federal indicou que, mesmo com o nível mais baixo dos rios ao longo de todo o ano de 2021, houve crescimento no volume movimentado nos períodos de operação.

“As instalações da Região Centro-Oeste movimentaram 3,9 milhões de toneladas no período (2021) e, com isso, registraram crescimento de 25% em relação a 2020. O Terminal Privado da Granel Química, em Ladário (MS), que teve em parte sua operação afetada pela seca do Rio Paraguai, movimentou um milhão de toneladas no ano, aumento de 171,4% no comparativo”, apontou a agência no relatório.

Com o prognóstico do Cemtec de dificuldade de aumento considerável do nível do Rio Paraguai, além de questões extras, como impactos econômicos no Brasil e no exterior, este ano começou com movimentação mais baixa no principal porto do Centro-Oeste.

A Antaq contabilizou que, em janeiro e fevereiro, o porto da Granel Química registrou uma queda de 93% no volume embarcado (11.870 toneladas).

O outro porto da região, o Porto Gregório, que fica no município de Corumbá e é utilizado exclusivamente pela Vale para embarque de minério de ferro, tem atuado de forma diferente do outro terminal.

Mesmo com a baixa do nível, a empresa está utilizando o modal com embarcações com menor capacidade de transporte. Apesar dessa estratégia, houve redução de 46,85% no volume embarcado (194.631 toneladas) no começo deste ano (janeiro).

Fonte: Correio do Estado

Para ler o artigo original completo, acesse:

https://www.correiodoestado.com.br/economia/la-ni%C3%B1a-deve-afetar-navegabilidade-de-rios-depois-de-junho/397898

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