Maersk alerta sobre estagflação e fechamento de fábricas chinesas

A AP Møller-Maersk vêm se mostrando preocupada com os crescentes riscos econômicos impostos pela conjuntura atual, incluindo grande potencial de estagflação e fechamento de fábricas chinesas. Estas preocupações se mostram prevalentes a despeito de que o maior grupo de transporte de contêineres do mundo registrou lucros recordes no último trimestre.

O presidente-executivo da Maersk, Søren Skou, disse que o atual segundo trimestre está se desenvolvendo muito em linha com os primeiros três meses deste ano, que trouxeram os maiores lucros nos 114 anos de história do grupo dinamarquês.

Ainda assim, ele acrescentou: “Estamos esperando uma desaceleração no segundo semestre, uma normalização. A visibilidade é bastante baixa. Principalmente, vemos cada vez mais riscos econômicos se acumulando na China em razão da político de Covid zero que resulta em bloqueios muito rígidos das atividades econômicas. Outros riscos os vemos relacionados ao preço muito alto do petróleo.”

A Maersk, que transporta mais de um em cada seis contêineres movimentados no mundo, rebaixou sua previsão de crescimento no setor de transporte este ano para uma pequena queda potencial.

Também elevou sua previsão de lucro para este ano para US$ 24 bilhões de lucro operacional subjacente, acima da estimativa de fevereiro de US$ 19 bilhões. Skou enfatizou que a nova previsão foi baseada em um “declínio acentuado” nas taxas de frete no segundo semestre, garantindo “bastante capacidade de resistir a uma tempestade”.

Nas últimas seis semanas, devido a congestionamentos portuários de larga escola em Xangai, a Maersk estava operando com volumes negativos. Embora os efeitos disso não tenham sido tão danosos para a empresa, Skou comenta que “todos temem que uma nova onda de disseminação de Covid-19 em sua variante omicron force a China a fechar fábricas.”

Estes comentários foram feitos ao passo que a Maersk reportou receita de 55% no primeiro trimestre ara US$ 19,3 bilhões, enquanto o lucro líquido mais que dobrou para US$ 6,8 bilhões.

Skou disse que reguladores de todo o mundo investigaram o setor de transporte de contêineres, mas concluíram que os altos lucros se devem apenas à dinâmica de oferta e demanda, embora ele espere mais investigações desse tipo no futuro.

Os resultados recordes da Maersk ocorreram apesar das perdas operacionais de US$ 718 milhões com as consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia que, inclusive, fizeram o grupo dinamarquês abandonar 20.000 contêineres na Rússia e desativar operações em logística e terminais portuários. A empresa completou sua última operação de carga em um porto russo na segunda-feira, dia 02 de maio.

Fonte: Financial Times

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https://www.ft.com/content/d73c23ef-7eb2-4ba5-9a2e-cf336b1adca8

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