Maersk tem planos diferentes para sua frota em relação à MSC

As duas principais linhas de contêineres do mundo estão traçando cursos opostos enquanto se preparam para seguir caminhos separados a partir do próximo ano.

A Mediterranean Shipping Co (MSC) agora possui uma frota superior a 6 milhões de TEUs, detendo uma participação de 20% na frota global operada de contêineres, enquanto a Maersk, que foi a maior linha de contêineres do mundo até o início de 2022, está vendo sua participação de mercado erodir significativamente à medida que mantém sua política de limite de tamanho da frota instaurada sob o antigo CEO Soren Skou.

A participação de mercado global da Maersk hoje é de 14,4%, de acordo com a Alphaliner, que também observa que cinco das dez maiores transportadoras agora possuem carteiras de pedidos maiores do que a da linha dinamarquesa.

Além disso, a Maersk comprometeu-se hoje a manter sua política de limite de tamanho da frota pelo resto da década. Desde 2018, a Maersk adotou uma estratégia de integrador logístico, focando em uma ampla gama de investimentos logísticos em vez de ser uma transportadora pura de contêineres.

“Enquanto olhamos para o futuro, nosso foco continua a ser aproveitar o crescimento orgânico enquanto exploramos oportunidades para aquisições que agreguem valor, particularmente em logística,” comentou Vincent Clerc, que assumiu o cargo de CEO no início do ano passado.

Os resultados intermediários da Maersk mostraram que ela ficou atrás de seus pares em termos de margem operacional. O EBIT caiu US$ 2,8 bilhões para US$ 1,1 bilhão. A margem EBIT diminuiu 10% em relação ao ano anterior, para 4,5%.

“O grupo pode enfrentar pressão dos acionistas em relação à estratégia [de integrador logístico] se os retornos financeiros não melhorarem,” alertou a Alphaliner em seu último relatório semanal.

Além de divulgar seus resultados intermediários, a Maersk delineou sua política de novos navios até 2030, com duas notícias notáveis. Primeiro, sua intenção de não aumentar o tamanho da frota além dos atuais 4,3 milhões de TEUs até o final da década, e, em segundo lugar, a admissão da Maersk de que procederá com pedidos para navios de combustível duplo que podem usar bio-LNG, um tipo de combustível que a transportadora havia anteriormente descartado.

A Maersk afirmou também que está em processo de assinatura de contratos para novos navios e contratos de time-charter para embarcações de combustível duplo, correspondendo ao ritmo planejado de renovação de cerca de 160.000 TEUs por ano.

A Maersk optou por uma combinação de sistemas de propulsão de combustível duplo a base de metanol e gás liquefeito.

“Enquanto o metanol verde deve se tornar o caminho mais competitivo e escalável para a descarbonização no curto prazo, a Maersk também prevê um futuro multifuel para a indústria, que inclui metano bio-liquefeito,” afirmou a empresa em um comunicado.

“Esses pedidos não adicionarão capacidade geral e, ao longo do tempo, cada navio que chegar substituirá um navio desativado ao fim de sua vida útil, garantindo que mantenhamos o tamanho da nossa frota em torno de 4,3 milhões de TEUs,” disse Ahmed Hassan, chefe de estratégia de ativos e parcerias estratégicas da Maersk.

Enquanto a MSC criou massa crítica suficiente para operar sozinha a partir do próximo ano, quando sua parceria 2M com a Maersk chegar ao fim, a transportadora dinamarquesa contatou a Hapag-Lloyd para formar a Gemini Cooperation, que será oficialmente lançada em fevereiro de 2025.

Analistas da Alphaliner preveem que a participação de mercado da MSC será igual à soma da Maersk e da Hapag-Lloyd com o lançamento da Gemini Cooperation no início do próximo ano.

No final de abril, a consultoria dinamarquesa Sea-Intelligence projetou como serão as classificações das 10 principais linhas em abril de 2026, considerando vários aspectos, incluindo carteiras de pedidos, a abordagem típica das transportadoras relacionada à devolução de navios fretados e a venda de tonelagem de segunda mão.

“A MSC crescerá substancialmente em vantagem de tamanho em comparação com a segunda maior transportadora – que, por coincidência, será a CMA CGM, relegando a Maersk a terceira maior transportadora do mundo,” afirmou a Sea-Intelligence.

Até abril de 2026, a MSC deverá ter uma frota com mais de 7 milhões de slots.

A Splash relatou na segunda-feira (05 de agosto) que a MSC entrou em contato com estaleiros menos conhecidos na China para sua próxima leva de novos navios, podendo adicionar mais 300.000 TEUs à sua carteira de pedidos de 1,2 milhão de TEUs.

Fonte: Splash247

Clique aqui para ler o texto original: https://splash247.com/maersk-fleet-plans-show-huge-divergence-with-rival-msc/

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