Mercado doméstico será destaque no 3º trimestre
out, 30, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202443
A temporada de resultados do terceiro trimestre deve ter como destaque as empresas ligadas à economia doméstica, que mais uma vez se aproveitaram da atividade aquecida para impulsionar suas receitas e lucros.
Já as exportadoras devem sentir a queda nos preços das commodities entre julho e setembro, mas a desvalorização do real promete trazer algum alívio.
O Bank of America (BofA) calcula que empresas que compõem o Ibovespa, incluindo as do setor financeiro, terão receitas 10% maiores no terceiro trimestre, na comparação anual, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subirá 6% e o lucro por ação, 12%.
Quando retiradas as companhias de materiais básicos e energia da conta, ou seja,considerando somente as empresas do setor doméstico, o faturamento avança 9% em um ano, mas o Ebitda salta 20% e o lucro aumenta 23% no mesmo período. Será o quinto trimestre consecutivo de expansão no lucro dessas empresas.
“Continuamos a ver uma recuperação nos setores relacionados ao consumo, apoiados, principalmente, pela base de comparação anual mais fraca”, escreveram os analistas liderados por David Beker. Varejistas de vestuário, empresas do setor de saúde e telecomunicações devem se destacar.
A primeira empresa que atua no setor doméstico a divulgar seus resultados trimestrais foi a Multiplan. A companhia teve alta de 6% no lucro, a R$ 279,6 milhões, enquanto as receitas subiram 7,6%, para R$ 545,2 milhões. O bom desempenho dos lojistas em seus shoppings justificou os números.
Para a XP, os resultados do trimestre vão refletir uma descompressão de riscos e uma melhora no cenário macro externo. De forma geral, o consenso do mercado espera crescimento de Ebitda e receita no período, com leve contração no lucro por ação.
“Quando olhamos para um horizonte de tempo maior, o cenário macro doméstico deve continuar sendo desafiador, com potenciais novos aumentos de juros e uma desaceleração na atividade econômica”, comentam os analistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Felipe Veiga.
Desde julho, diz a corretora, as estimativas de lucro por ação foram revisadas para baixo em 9,2% neste ano, enquanto as projeções para 2025 permaneceram praticamente estáveis. As estimativas do terceiro trimestre do mercado também foram revistas para baixo, em 6,3% desde julho.
Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, do BTG Pactual, dizem que os esforços de racionalização de custos das empresas do setor de varejo, além do ambiente de preços mais racional e ganho de alavancagem operacional, irá gerar bons resultados. Eles estimam que as receitas do setor varejista cresçam 7%, a R$100,5 bilhões, enquanto o lucro bruto deve subir 10%, a R$ 26,9 bilhões. Empresas ligadas à média e baixa renda devem ser os destaques. O banco aponta que a grande dúvida é até quando a recuperação do varejo se sustenta com os juros altos.
Na visão do BBA, a temporada deve ser levemente positiva, com crescimento nas receitas, Ebitda e lucro. Setores de empresas varejistas de vestuário, saúde e construtoras devem ser os destaques. Já nas exportadoras de commodities, a tendência será de desaceleração nos resultados por conta da dinâmica negativa de preços durante o período.
Os analistas Daniel Gewehr, Matheus Marques e Victor Cunha observam que as revisões recentes do mercado para o trimestre foram puxadas pelas empresas de commodities. Nas projeções para 2025, há estabilidade mesmo com o cenário de juros mais altos.
A Suzano, que divulgou seus números na quinta-feira (24), reverteu prejuízo de um ano atrás e teve lucro de R$ 4,2 bilhões, impulsionada principalmente pela alta de 40% em reais (23% em dólares) no preço médio da celulose. Mas a desvalorização do real também ajudou. A receita líquida de celulose cresceu 48%, puxada pelo maior preço e pela valorização do dólar sobre o real, além do maior volume vendido, 6%.
O dólar médio subiu 13,5% na comparação anual no terceiro trimestre, a R$ 5,54,com os riscos fiscais do Brasil aumentando a tensão dos mercados.
A vantagem cambial na conversão das receitas para a moeda local pode ser anulada quando há dívidas em moeda estrangeira, que também precisam ser corrigidas pelo dólar mais alto na conta das despesas financeiras. Não foi o caso da Suzano, mas é um movimento a ser observado.
A Vale, outra grande exportadora, teve queda de 15% no lucro, a US$ 2,41 bilhões, impactada pela redução nos valores do minério de ferro e aumento de fretes. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela depreciação do real, menores custos e despesas e maiores volumes de vendas.
Fonte: Valor Econômico
Clique aqui para ler o texto original: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/10/29/mercado-domestico-sera-destaque-no-3o-trimestre.ghtml
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