Mercado espera retomada na produção mundial de café

“Os estoques estão em níveis baixos devido a limitações na produção no Brasil, em decorrência da seca provocada pela La Niña, e em outros países, como Colômbia e Vietnã”, afirma Wellington Teixeira, superintendente de Estudos de Mercado e Gestão de Oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Soma-se a esse cenário no Brasil, segundo Teixeira, o abandono da política de formação de estoques públicos nos últimos anos, o que faz com que as reservas do governo estejam zeradas. “Mesmo assim, a perspectiva é de preços firmes ao longo de 2023, com as cotações sendo sustentadas pelos fatores de alta no mercado”, afirma Teixeira.

Maior produtor de café do mundo, o Brasil exportou, no primeiro trimestre de 2023, 8,6 milhões de sacas de 60 kg, 21,7% menos do que no mesmo período de 2022, tendo como principais destinos em quantidade os Estados Unidos (18,7%), Alemanha (15,1%), Itália (7,8%), Bélgica (5,7%) e Japão (4,9%). “A perspectiva é de recuperação das exportações no segundo semestre, com o crescimento da produção este ano”, diz Teixeira.

Exportações de café do Brasil | janeiro 2019 – março 2023 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Segundo o primeiro boletim de safra da Conab, divulgado em janeiro, a estimativa é que o Brasil produza cerca de 54,9 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma alta de 7,9% na comparação com a temporada passada.

“O mercado de café está muito desafiador”, avalia Luiz Fernando dos Reis, superintendente comercial da Cooxupé, cooperativa mineira que produz café arábica. “Quando olhamos a Bolsa de Nova York, que comercializa os cafés arábicos do mundo, observamos que os preços futuros estão abaixo do vencimento atual. Isso faz com que o volume de negócios fique reduzido e com uma característica diferente: compras a curto prazo”, explica Reis.