Mercosul deve fazer tratados com Canadá e Líbano em 2021

As negociações para acordos de livre comércio entre o Mercosul e o Canadá e o Mercosul e o Líbano devem ser concluídas com sucesso em 2021. A informação é do secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz. De acordo com ele, ambas estavam caminhando bem, com perspectivas de entrar na reta final das tratativas, mas perderam velocidade com a pandemia. Os canadenses não têm feito reuniões negociadoras em ambiente on-line. Já as autoridades libanesas, além de sofrer com as restrições impostas pela covid-19, precisam voltar todas as atenções aos impactos da explosão que devastou o porto de Beirute.

O Mercosul também discute tratados comerciais com Cingapura e Coreia. Nesse caso, entretanto, o secretário enxerga a possibilidade de conclusão somente em 2022.

Ele reconhece ainda que as tratativas com o México estancaram e estão sem perspectivas imediatas de avanço. O Brasil já tem acordo pouco abrangente com o país, que contempla cerca de 800 produtos, e há apoio dos empresários brasileiros para buscar uma ampliação. Os mexicanos sempre encararam essa hipótese com ressalvas em razão da concorrência no agronegócio.

As negociações Brasil-México, que já resultaram no modesto Acordo de Complementação Econômica (ACE-53) firmado pelos dois países em 2002,
precedem a decisão tomada pelos sócios do Mercosul de só discutir acordos comerciais em conjunto. Essa decisão (nº 32 de 2000) foi colocada em xeque pelo Uruguai, que formalizou há dias uma proposta de permitir acordos “flexíveis” no bloco. Pela ideia uruguaia, os países continuariam sentando juntos para negociar, mas fazendo ofertas de abertura comercial com “velocidades diferenciadas”.

Segundo Ferraz, o governo brasileiro concorda com a proposta e defenderá, nas reuniões do bloco em 2021, essa flexibilização das regras atuais. Ele lembrou que o conselho da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou o Brasil a pedir abertura de negociações comerciais também com Indonésia e Vietnã. O Mercosul também já enviou proposta negociadora para o Sistema de Integração Centro- Americano (grupo de países que inclui República Dominicana, Guatemala e Costa Rica), mas não obteve resposta sobre seguir ou não em frente.

Fonte: Valor Econômico

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