Mercosul enfrenta desafios antes da Cúpula de Assunção

O presidente paraguaio Santiago Peña admitiu que o Mercado Comum do Sul (Mercosul) não está passando pelo melhor momento enquanto se preparava para sediar a Cúpula do bloco em Assunção na segunda-feira (07 de julho), onde ele passou a presidência rotativa para Luis Lacalle Pou, do Uruguai.

Também estavam presentes na reunião os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Luis Arce Catacora, dos membros plenos Brasil e Bolívia, respectivamente.

Javier Milei, da Argentina, optou por não comparecer ao evento para evitar um encontro cara a cara com Lula ou Arce. Durante sua campanha em 2023, ele chamou o primeiro de “comunista corrupto” e desde então se recusou a se desculpar. Na semana passada, ele insistiu que Arce havia organizado um golpe de estado fracassado em La Paz em 26 de junho para melhorar sua imagem em declínio.

“Apesar de todas as idas e vindas, as marchas e contramarchas que ocorreram, eu acredito no modelo de integração. O Mercosul é nossa melhor plataforma, já que o mundo se move baseado em blocos econômicos”, insistiu Peña. “Sempre seremos mais fortes se negociarmos juntos do que separadamente”, acrescentou, comprometendo-se a fazer o máximo para unir o bloco regional e fortalecê-lo muito mais para conquistar os melhores mercados do mundo.

“Esperamos que esta Cúpula seja uma oportunidade de reflexão em um momento em que o Mercosul claramente não está passando pelo seu melhor momento”, enfatizou.

Peña também destacou a importância da hidrovia Paraná-Paraguai como principal rota de transporte de carga e fator de competitividade para o país. “Estamos propondo uma maior integração entre os cinco países, pois não se trata apenas do Uruguai, Argentina e Paraguai; também afeta o Brasil e a Bolívia. Por isso estamos muito preocupados. Para nós, que somos um país sem saída para o mar, a hidrovia é crucial”, afirmou.

Enquanto Montevidéu se prepara para liderar o bloco, o Ministro das Relações Exteriores, Omar Paganini, argumentou que a tarefa do Uruguai deve ser realizada “no contexto da revolução digital e da necessária transformação energética”.

“Trabalharemos com um objetivo realista e, no nível da integração econômica, devemos propor o aprimoramento do Mercosul como uma zona de livre comércio”, acrescentou, destacando a importância de melhorar “logística, transporte e infraestrutura de conectividade”.

“É essencial aprofundar a agenda externa, alcançando uma melhor inserção internacional em um contexto global complexo”, observou também, elogiando as conquistas do Paraguai durante o primeiro semestre de 2024 à frente do bloco comercial, especialmente por iniciar “negociações com os Emirados Árabes Unidos”.

Paganini também abordou a questão das tarifas e outros aspectos administrativos que dificultam ou impedem o “comércio recíproco”.

Fonte: MercoPress

Clique aqui para ler o texto original: https://en.mercopress.com/2024/07/08/mercosur-not-going-through-the-best-of-times-ahead-of-asuncion-summit?utm_source=feed&utm_medium=rss&utm_content=brazil&utm_campaign=rss

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