Metade das exportações brasileiras para China, União Europeia e Argentina enfrenta barreiras comerciais, diz CNI
abr, 25, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202320
De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), metade das exportações brasileiras para China, União Europeia e Argentina enfrenta barreiras comerciais. O estudo mostra que, dos US$ 155 bilhões exportados no ano passado para esses três mercados, mais de US$ 78 bi foram expostos a algum tipo de entrave.
Os três destinos concentram as maiores barreiras, de acordo com a CNI. São 16 na União Europeia, oito na China e seis na Argentina. Isso representa 26% do valor total exportado pelo Brasil em 2022.
Veja abaixo um gráfico que mostra as exportações brasileiras em contêineres para os três países mencionados anteriormente entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2023, de acordo com o serviço de dados DataLiner.
Exportações em contêineres para Argentina, China, UE | jan 2020 – fev 2023 | TEUS
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Entre as principais barreiras que as exportações brasileiras enfrentam, estão as sanitárias e fitossanitárias, medidas para preservação vegetal, de regulamento técnico, de imposto de importação e de sustentabilidade.
A carne suína, por exemplo, não pode ser exportada para a União Europeia, porque as autoridades locais não reconhecem a qualidade e eficiência do sistema de controle sanitário brasileiro, devido ao histórico de febre aftosa em alguns estados.
Já o suco de laranja brasileiro – vendido para China – tem uma tarifa de importação de 7,5%, se o produto estiver resfriado a menos 18 graus centígrados. Se a temperatura estiver acima disso, a tarifa sobe para 15%.
Essa taxa de temperatura impacta nos custos de produção das empresas brasileiras e protege as chinesas, que estão dando seus primeiros passos neste setor.
A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, afirma que o Brasil precisa encontrar mecanismos para superar essas barreiras e ampliar o mercado para os produtos nacionais.
“O número de barreiras comerciais que as exportações brasileiras enfrentam tem crescido e tem se sofisticado ao longo dos últimos anos. Diante desse cenário, a CNI entende que se faz ainda mais necessário uma estratégia brasileira de identificação, monitoramento e eliminação dessas barreiras junto aos diferentes parceiros comerciais”, conta Negri.
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