Minério de ferro sobe quase 20% e deve seguir em alta
jan, 02, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202401
O minério de ferro experimentou um ano de 2023 com forte alta e operou, na média, acima de US$ 100 por tonelada durante os 12 meses do ano. A cotação média da tonelada com teor de 62% de ferro fechou dezembro em US$ 140,5, com alta de 19,73%% na comparação com dezembro de 2022, quando terminou o ano em US$ 117,35 por tonelada.
O comportamento ao longo de 2023 não foi uniforme. Nos três primeiros meses do ano, a média de preços se manteve acima de US$ 120 por tonelada. Chegou à média mínima mensal em maio, quando marcou US$ 105,13 por tonelada, e “andou de lado” nos meses seguintes.
O ganho de tração que puxou o preço médio anual aconteceu a partir de setembro, quando voltou ao valor médio acima de US$ 120 por tonelada até superar os US$ 130 nos dois últimos meses de 2023. Só em dezembro a média de preço foi de US$ 136,37 por tonelada, 4,6% acima dos US$ 130,36 de novembro.
Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, diz que 2023 foi um ano “curioso” para o minério de ferro. Com média anual de preço de US$ 120 por tonelada, a commodity se manteve no mesmo nível de 2022. “Embora a média tenha ficado igual, o caminho não foi em linha reta”, observa. No início do ano, havia expectativa forte de retomada da demanda e alta dos preços com a flexibilização da política de covid zero na China, o que explica o comportamento das cotações médias no primeiro trimestre. No entanto, a reabertura do país, maior consumidor mundial de minério, acabou surtindo mais efeito na recuperação do consumo do que na atividade industrial.
Conforme Sasson, a China vai entregar crescimento de PIB maior do que 5% em 2023, puxado pelo consumo. Na outra ponta, o que se viu foi uma contínua fraqueza do setor imobiliário chinês, combalido desde setembro de 2021, com o colapso da Evergrande. Apesar das medidas de estímulo do governo, essa indústria seguiu entregando dados fracos, em termos de metros quadrados iniciados ou vendidos, e pouco contribuiu para a maior produção de aço. Em 2023, os setores de infraestrutura, produção automotiva e de máquinas puxaram o consumo chinês de aço, cuja produção deve crescer 2% no ano na China.
A demanda de minério, portanto, foi sustentada por esses setores, que deram suporte a preços “saudáveis”, acima de US$ 130 por tonelada na reta final de dezembro, iniciando 2024 em níveis acima do esperado. “Muita gente acredita que o pior já tenha passado para o setor imobiliário chinês, de forma que a desaceleração deve ser menor e isso poderia ajudar a sustentar a demanda de minério. Porém, ainda há algumas preocupações, também com a economia global”, pondera.
O analista lembra que, até agora, uma das válvulas de escape da China ante a fraqueza do setor de propriedades foi exportar mais produtos siderúrgicos. Em 2023, o volume vendido para fora do país deve chegar a 100 milhões de toneladas, equivalente a três vezes a produção anual brasileira. “Isso traz um risco de que mais países elevem tarifas de importação e tarifas antidumping, e acabem colocando um freio nessa que foi uma importante válvula de escape da produção chinesa de aço em 2023”, observa Sasson.
Do lado da oferta de minério, Sasson comenta que as quatro grandes – Vale, BHP, Rio Tinto e Fortescue – anunciaram estimativas de produção praticamente inalteradas frente a 2023. “Em um cenário de pouca oferta e demanda ainda razoável, os preços podem ficar acima de US$ 100 por tonelada em 2024”, avalia. O Itaú BBA projeta preço médio de US$ 110 por tonelada em 2024.
Fonte: Valor Econômico
Clique aqui para ler a matéria original: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/01/02/minerio-de-ferro-sobe-quase-20-e-deve-seguir-em-alta.ghtml
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