Mourão reativa comissão sino-brasileira
maio, 21, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201922
O vice-presidente Hamilton Mourão está na China para presidir a quinta edição da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), no dia 23 de maio, em Pequim.
Na viagem, ele também será recebido pelo presidente chinês Xi Jinping e terá compromissos em Xangai.
De acordo com Mourão em entrevista à TV Brasil, o objetivo é resgatar e reorganizar a Cosban, principal mecanismo de coordenação da relação bilateral entre o Brasil e China. A comissão é comandada pelos vice-presidentes dos dois países e foi instituída em 2004.
“Vamos procurar dar uma mensagem política ao governo chinês e, ao mesmo tempo, nosso posicionamento em relação à iniciativa One Belt. One Road (Um Cinturão, uma Rota), uma nova plataforma que o governo chinês, ao longo dos últimos cinco anos, vem buscando colocar no comércio mundial”, afirmou.
A iniciativa One Belt, One Road, também chamada de A Nova Rota da Seda, foi lançada em 2013 pelo presidente chinês Xi Jinping e tem como objetivo promover acordos de cooperação para desenvolver projetos de infraestrutura, comércio e cooperação econômica na comunidade internacional.
Acordo para barreiras chinesas
Outra notícia sobre a relação Brasil-China é que os dois países assinaram um acordo no qual evitarão disputar sobre as barreiras chinesas ao açúcar diante da Organização Mundial de Comércio (OMC).
De acordo com o Ministério da Agricultura e o Itamaraty, a China prometeu não estender a salvaguarda que protege seus produtos para além de 21 de maio de 2020. Com isso, a alíquota de importação fora da cota voltará a diminuir, o que favorecerá as exportações brasileiras.
Aço chinês no Brasil
Já a exportação de laminados (aços longos, planos e tubos) e derivados (fios e tubos soldados) da China para o Brasil atingiram, até abril de 2019, US$ 844,73 milhões, um crescimento de 37,8% na comparação com 2018.
No ano passado, o mercado brasileiro comprou 1,03 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos da China, um volume 20% maior que o de 2017. O ritmo de crescimento dessas operações na América Latina foi bem menor, com um aumento de 4,2% para 7,3 milhões de toneladas. Em contrapartida, o mundo comprou 9% menos aço da China no ano passado.
Considerando o comércio indireto de aço, a importação de produtos chineses na América Latina cresceu 16,57% em valor em 2018 em relação a 2017, para US$ 47,468 bilhões, sendo US$ 10,590 bilhões somente para o Brasil, alta de 37,65%. Os destaques na região foram os carros e os veículos comerciais.
Parceria Brasil-China
Desde 2009 a China é o principal parceiro comercial do Brasil, tendo movimentado, em 2018, US$ 98,9 bilhões (exportações de US$ 64,2 bilhões e importações de US$ 34,7 bilhões). O comércio bilateral registra superávit brasileiro, mantido há nove anos, e que, em 2018, atingiu o recorde histórico de US$ 29,5 bilhões. No ano passado, os principais produtos exportados pelo Brasil foram soja, combustíveis e minérios de ferro e seus concentrados. Já os principais produtos chineses importados pelo Brasil foram plataformas de perfuração ou de exploração, dragas, produtos manufaturados em geral, circuitos impressos e outras partes para aparelhos de telefonia.
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