Mudança nas taxas de exportação pode incentivar venda de grãos na Argentina

Segundo o jornal argentino La Nacion, os produtores do país vizinho ainda têm soja e milho da safra 2019/20 a serem comercializados em valores que somam cerca de US$ 10 bilhões e, uma eventual mudança na política de retenciones (taxas cobradas nas exportações) poderia incentivar essas vendas.

O governo da Argentina estuda uma redução temporária nas retenciones ou uma mudança na cobrança. A possível implementação da medida não foi comentada pelos representantes dos diferentes elos da cadeia agroindustrial, nem pelo governo.

“Não tenho dúvidas de que ajudaria (uma eventual modificação com redução das retenciones) as exportações neste momento, desde que também existam medidas nesse quadro que gerem confiança para a frente. Se me dizem que hoje as retenciones estão caindo, mas que amanhã terei um dólar que vai desvalorizar – que se eu retirar as retenciones terá o mesmo valor de hoje -, provavelmente vou ficar parado, porque com os grãos pelo menos mantenho o poder de compra”, afirmou Jorge Chemes, presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), ao “La Nacion”.

Outra fonte disse ao jornal que é preciso, além dessa alteração nas taxas para as exportações, uma mudança na política para o agronegócio do país. “As tarifas de exportação da soja são muito altas, temos que estimular o plantio da próxima safra”. A fonte acrescentou que o estresse hídrico esperado na próxima campanha “poderá ser amenizado se houver investimento de um pacote tecnológico maior”. “É preciso acertar com o governo um cronograma de redução de direitos (taxas) para todo o complexo soja. As taxas devem levar em conta os graus de industrialização da soja e promover igualdade de condições para competir”, acrescentou um agroexportador.

Fonte: Valor Econômico

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