Não é só na Alemoa: problemas no acesso de caminhões ao Porto de Santos se repetem em Guarujá

Os seguidos congestionamentos de caminhões em direção ao Porto de Santos, em razão do escoamento da safra de grãos, escancararam os problemas no acesso à Margem Direita, em especial na Alemoa, em Santos. Contudo, a situação se estende também à Margem Esquerda, em Guarujá. Enquanto os profissionais da categoria expõem os complicações diárias, o Poder Público tenta resolver diversas dificuldades que se arrastam há décadas.

“Infelizmente, a infraestrutura da Margem Esquerda é precária, assim como as marginais que levam aos terminais de contêineres e de grãos. Há buracos, assaltos e filas. Nada diferente do que ocorre na Margem Direita”, afirma o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Carvalho.

O dirigente lembra que as vias que levam à Margem Esquerda até são boas, mas critica o estado de conservação das marginais, utilizadas no momento em que os veículos deixam a rodovia. E não é só. “Não há segurança para os caminhoneiros. Eles são assaltados diariamente na marginal da Rodovia Cônego Domenico Rangoni porque estão parados esperando para entrar nos terminais. A Polícia Militar e a Rodoviária tinham que fazer ronda por lá. Fora os buracos que são crateras”, ressalta.

Carvalho frisa a necessidade da existência de um pátio regulador ainda no Planalto Paulista, de modo a abrigar os profissionais até o dia em que tivessem que carregar ou descarregar, ao descer a Serra para o Porto. “Todos os poderes têm que se articular. Está complicado e a tendência é piorar”, afirma.

O gráfico a seguir traz mais detalhes sobre as exportações e importações em contêineres no Porto de Santos entre janeiro de 2019 e julho de 2023. Os dados utilizados a seguir foram coletados pela Datamar por meio da ferramenta de inteligência marítima DataLiner.

Exportações e importações no Porto de Santos | Jan 2019 – Jul 2023 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração

Procurada, a Autoridade Portuária de Santos (APS) respondeu, em nota, que a Margem Esquerda do complexo portuário santista tem dois acessos: um para os terminais da Ilha Barnabé e outro, a Rua Idalino Piñez, a popular Rua do Adubo, que liga à Avenida Perimetral.

A primeira tem manutenção por parte da APS, que possui contrato com empresa terceirizada para realização dos serviços de recuperação de pavimento. A Rua do Adubo, por sua vez, é de responsabilidade da Prefeitura de Guarujá.

“A APS aprovou um novo projeto funcional para as obras da Perimetral da Margem Esquerda, cujos recursos para sua execução foram incluídos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O projeto está em fase de licenciamento ambiental”, finaliza o texto.

Em entrevista no início de agosto, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Portuário, Adalberto Ferreira da Silva, revelou que a APS estava fazendo pequenas alterações para aperfeiçoamento do projeto geométrico da segunda fase da Perimetral, mais especificamente em uma das alças projetadas para acesso da Rodovia Cônego Domenico Rangoni ao Porto (sentido Guarujá-São Paulo), próximo ao Trevo de Morrinhos.

“A previsão é iniciar a execução de todo o complexo em 2024. A concepção contempla intervenções e passarelas para segregar fluxos e garantir acessibilidade. Nós acompanhamos de perto o andamento”, afirmou, na ocasião, Adalberto.

A principal via usada pelos caminhões para acesso ao Porto é a Rua do Adubo e ela, observa a Administração, cruza um eixo de deslocamento importante, entre o Distrito de Vicente de Carvalho e a área central de Guarujá.

Em função do excessivo número de veículos de carga e da baixa velocidade resultante de todo esse processo, há por muitas vezes desobediência da sinalização e o caminhoneiro busca outras alternativas de rotas, o que acaba promovendo algumas interrupções, explica a Prefeitura. Às vezes este tipo de problema perdura por vários minutos e corta a ligação entre o Distrito e a área central.

“Isso tem que ser resolvido definitivamente e só vai ser solucionado com a conclusão da segunda fase da Avenida Perimetral. Assim, nós teremos uma segregação de fluxos permitindo melhor acesso ao Porto, garantindo a fluidez permanente do tráfego local”, salientou o secretário, nesta terça-feira (5).

Silva explica ainda que as vias que levam à margem esquerda do Porto estão, em termos de pavimentação, em condições bem razoáveis. Ele comenta que a carga pesada afeta sensivelmente a condição do piso dessas vias, exigindo manutenção mais frequente, mas, em regra geral, há boas condições de piso. “O grande problema realmente ocorre, nas safras, em função do número de veículos de cargas dirigindo-se ao Porto e, por não terem acesso exclusivo, dividem espaço e cruzam vias de trânsito local”.

Com relação às condições de piso na Avenida Perimetral, o secretário não esconde que existem alguns problemas causados em função da drenagem, considerados superficiais. “Por essa razão, a movimentação de carga pesada acaba promovendo prejuízos que também alcançam o sistema de drenagem, que deve ser objeto de manutenção constante”.

Fonte: A Tribuna

Para ler a reportagem original completa, acesse: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/nao-e-so-na-alemoa-problemas-no-acesso-de-caminhoes-ao-porto-de-santos-se-repetem-em-guaruja