Navio da MSC atraca no Sepetiba Tecon e traz um marco histórico para o Rio de Janeiro
ago, 14, 2024 Postado porSylvia SchandertSemana202433
Nesta segunda-feira (12), o Sepetiba Tecon recebeu o navio MSC Orion, estabelecendo um marco histórico como o primeiro terminal do estado do Rio de Janeiro a receber um navio porta-contêiner da classe New Panamax. Além disso, entre os portos brasileiros que receberam essa embarcação, o Sepetiba Tecon é o único com capacidade para operá-lo com um calado de até 15,40 m.
O MSC Orion é o maior navio já atracado no estado do Rio de Janeiro. Construído em 2020, possui 366 m de comprimento, 51 m de boca, e uma capacidade de carregamento de 15 mil TEUs e de 158,1 mil toneladas. Para ter uma ideia do seu tamanho, seu comprimento equivale a quase 10 vezes a altura do Cristo Redentor.
Nos últimos anos, os armadores têm optado cada vez mais por navios da classe New Panamax. Essa tendência se deve à necessidade de maximizar a eficiência e a capacidade de carga, uma vez que essas embarcações foram projetadas para tirar proveito das dimensões ampliadas do Canal do Panamá após sua expansão em 2016. Com alta capacidade para transporte, esses navios permitem uma economia de escala significativa, reduzindo os custos operacionais por unidade de carga transportada.
Além disso, eles são mais eficientes em termos de consumo de combustível e utilizam tecnologias avançadas que contribuem para menores emissões de poluentes, alinhando-se às crescentes demandas por sustentabilidade no setor marítimo. A adoção da classe New Panamax representa uma resposta estratégica às exigências do comércio global, que requer soluções logísticas mais robustas e sustentáveis para suportar o aumento do fluxo de mercadorias.
Para receber esses navios de grande porte, o Sepetiba Tecon tem investido significativamente na melhoria e ampliação de sua infraestrutura. Entre as obras concretizadas, destacam-se a dragagem e as alterações na sinalização náutica nas áreas de manobras, na bacia de evolução e nos berços do terminal. Também foram realizadas simulações de manobras com a participação da Praticagem do Rio de Janeiro, no Maritime Institute of Technology and Graduate Studies – MITAGS, nos Estados Unidos, e estabelecidos rígidos parâmetros ambientais para serem seguidos a cada atracação.
Outro fator que faz do Sepetiba Tecon um terminal apto para a atracação de navios da Classe New Panamax é a sua localização. O terminal possui um canal de acesso com águas protegidas pela Restinga da Marambaia, que, com seu relevo topográfico, separa as águas da Baía de Sepetiba das águas do Oceano Atlantico, tornando o mar calmo, seguro e abrigado contra intempéries e assoreamento. Essas condições criam um cenário propicio à navegação e atracação de navios de grande porte. Além disso, o terminal está na região sudeste, próximo aos grandes importadores e exportadores e a apenas 12 horas de navegação do Porto de Santos, tornando-se um importante ponto de conexão com seus terminais. O acesso ferroviário e rodoviário, este último distante dos centros urbanos, permite atender o volume previsto de contêineres para navios desse porte.
O gráfico abaixo mostra as exportações de contêineres do Porto de Itaguaí, onde o Sepetiba Tecon está localizado, com dados abrangendo janeiro de 2021 até junho de 2024. As informações vêm do DataLiner.
Exportações de Contêineres do Porto de Itaguaí | Jan 2021 – Jun 2024 | TEUs
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Segundo Pedro Brito, diretor-presidente do Sepetiba Tecon, a atracação de um navio da classe New Panamax ratificou a importância do terminal como ponto de conexão dos demais portos da costa brasileira e solidificou a posição do Sepetiba Tecon como um dos mais importantes terminais de contêineres do país. “Essa não é a primeira vez que realizamos feitos inéditos. Fomos o primeiro a ter capacidade para atender embarcações com calado de 15,40 m, o maior da Costa Leste da América do Sul, e um dos pioneiros do Brasil a obter autorização para receber navios da classe New Panamax. Essa atracação foi um marco para o terminal e para o Rio de Janeiro. Estamos confiantes de que essa conquista trará ainda mais desenvolvimento econômico para a região e para o comércio exterior do estado”, afirma Brito.
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