Novo sistema de importação da Argentina tem forte impacto nas vendas brasileiras
jun, 07, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana202323
As recentes medidas adotadas pela Argentina nas operações de importação provocaram forte impacto nas vendas brasileiras para o país. Como tentativa de implementar um sistema de maior controle da cadeia de abastecimento e monitoramento das operações de comércio exterior, o governo argentino adotou o Sistema de Importações da República da Argentina (SIRA), em vigor desde outubro de 2022. O novo modelo restringiu a concessão de licenças não automáticas (LNAs) e o acesso ao mercado de câmbio.
A licença não automática é um instrumento utilizado por países para controlar a entrada de produtos em seu território. Em linhas gerais, significa que o exportador brasileiro só poderá embarcar seu produto quando receber a licença do governo argentino. Em consulta realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 252 exportadoras brasileiras, 77% das empresas indicaram que tiveram impacto negativo nas operações de exportações após a criação do SIRA – e destas, 84% apontaram que houve redução no valor exportado para a Argentina.
Dos exportadores que indicaram queda no valor exportado após a implementação do novo sistema, 49% apontaram que a redução nas vendas para a Argentina no período foi acima de 41%.
A lista de produtos sujeitos às licenças não automáticas aumentou
Com a entrada em vigor do novo sistema, a lista de mercadorias sujeitas às licenças não automáticas saltou de 1.474, no início de 2020, para 4.193, no final de 2022 – e 99% dos produtos são da indústria de transformação. Considerando os dados de comércio do ano passado, 59% do valor total das exportações brasileiras à Argentina foram expostos a essa medida.
Questionados sobre o principal problema relacionado às licenças não automáticas, 82% dos exportadores consultados que tiveram impacto negativo nas operações indicaram a demora na aprovação. O segundo problema, apontado por 55% das empresas, foi a falta de transparência e critérios para aprovação. Em terceiro lugar foi listado o problema de excesso de burocracia, com solicitação de informações, documentos e formulários adicionais – assinalado por 44% dos exportadores.
As novas restrições para importação na Argentina incluem também a aprovação do Banco Central da República da Argentina (BCRA) para pagamento dos produtos que entram no país. Em relação a esse processo, os três principais problemas apontados pelos exportadores consultados são os prazos para pagamento muito longos (79%), a burocracia para a liberação de divisas, mesmo após cumprimento do prazo estabelecido (55%), e a alteração e extensão de prazos após aprovação do SIRA (42%).
Além disso, 68% das empresas consultadas indicaram dificuldade no pagamento, independentemente da modalidade usada nas operações.
Imprevisibilidade no fechamento de negócios
A consulta com empresários avaliou também o impacto das mudanças do SIRA nos negócios dos exportadores brasileiros. Em relação a este fator, o principal problema apontado pelos consultados no período de seis meses foi a imprevisibilidade no fechamento de negócios (86%), seguido pela perda de oportunidades, com clientes que deixam de comprar (81%), e pela perda de oportunidades, com clientes que cancelam pedidos (47%).
Fonte: CNI
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