Novo status para aftosa desafia fiscalização
maio, 31, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202124
Maior exportador de carne bovina do mundo, com embarques que superaram 2milhões de toneladas e renderam US$ 8,4 bilhões em 2020, o Brasil ampliou sua área livre de febre aftosa sem vacinação, desejo de décadas do governo e do setor privado e uma exigência de alguns importadores. Com isso, 60 milhões de doses de vacinas contra o vírus deixarão de ser aplicadas por ano em um rebanho de mais de 40 milhões cabeças de gado no Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso. A economia é estimada em R$ 170 milhões por ano.
O reconhecimento, oficializado no dia 27 de maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), pode ser um passaporte para a busca de mercados que pagam mais pelo produto nacional, como Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, México e União Europeia. No entanto, há pouca margem para mudanças de grandes proporções nos embarques, já que as vendas para os principais importadores do mundo, entre os quais a China, já estão em patamares elevados.
Ao mesmo tempo, a medida representa um desafio extra para a fiscalização da sanidade do rebanho, de forma a evitar qualquer intercorrência que force a pecuária brasileira a regredir.
É o que disseram a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e os governadores dos Estados certificados, mesmo em meio às comemorações no anúncio do reconhecimento da OIE. “Estamos começando uma nova era, mas precisamos que os serviços dos Estados sejam muito atuantes daqui pra frente. A responsabilidadedo serviço veterinário oficial aumenta com essa mudança de status. A manutençãodessa conquista dependerá da continuidade de apoio e investimento na defesaagropecuária”, afirmou Tereza Cristina.
Confira abaixo um histórico das exportações brasileiras de carne bovina a partir de dados do DataLiner:
Evolução das exportações brasileiras de Carne Bovina (HS 0202) | Jan a Dez 2015-2020 | TEU
Fonte do gráfico: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
O desafio passa necessariamente pela contratação de mais auditores fiscais federaisagropecuários. Desde 2019, o Ministério da Agricultura pede a realização de umnovo concurso para seleção de servidores, mas ainda não obteve aval da Economia.A resposta agora é que a equipe econômica vai aguardar os desfechos da reformaadministrativa em tramitação no Congresso Nacional para decidir sobre o assunto.Outra aposta é na aprovação da Lei do Autocontrole, que aguarda análise dosdeputados, e amplia a responsabilidade sobre os entes privados da cadeia.
Fonte: Valor Econômico
Para ler a matéria original completa acesse o link abaixo:
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2021/05/28/novo-status-para-aftosa-desafia-fiscalizacao.ghtml
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