Novos dados DataLiner: Importações brasileiras via contêineres crescem 7,1% de janeiro a agosto na comparação anual
out, 02, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202339
Dados recém-divulgados pela equipe de Business Intelligence da Datamar sobre a movimentação brasileira de contêineres apontam que, nos oito primeiros meses do ano, o Brasil importou um volume 7,1% superior ao de igual período de 2023. Foram 1.757.910 TEUs recebidos em 2023 contra 1.641.386 TEUs em 2022.
Entre as principais cargas recebidas estão plásticos (+23,1%), reatores, caldeiras e máquinas (+19,3%) e aparelhos de materiais elétricos (+26,6%). Além disso, os dados da Datamar apontam um aumento nas importações de produtos de aço (+18,8%) e vidros (+23,3%), entre outros. (Período de janeiro a agosto de 2023 com janeiro a agosto de 2022)
A importação desse tipo de produto indica uma aceleração da economia brasileira, uma vez que essas cargas estão diretamente relacionadas a um maior consumo de bens utilizados para a construção civil e matéria-prima para a indústria.
Outro fator que contribuiu para o aumento das importações foi o dólar mais baixo em 2023, em relação ao ano anterior.
O gráfico abaixo ilustra o crescimento das importações brasileiras via contêineres nos oito primeiros meses de 2023 em comparação com igual período dos quatro últimos anos anteriores. Os dados foram elaborados pela equipe de Business Intelligence da Datamar:
Importações Brasileiras via Contêineres| Jan a Agosto 2019 – 2023| TEU
Fonte: DataLiner
Exportações
Diferente das importações, as exportações brasileiras via contêineres registram, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, uma queda de 3,4% em relação ao período de janeiro a agosto de 2022. Foram 1.786.375 TEUs exportados no período, contra 1.848.435 TEUs em igual comparativo com 2022. Apesar disso, os volumes de agosto de 2023 estão superiores ao de igual mês de 2022.
As carnes seguem como a mercadoria mais exportada via contêineres pelo Brasil em 2023, com um volume 3,6% superior nos oito primeiros meses do ano em relação a janeiro a agosto de 2022. A madeira, segunda carga mais exportada pelo Brasil no período, embarcou um volume 14,6% menor na mesma comparação, apontam os dados da Datamar.
Entre os principais destinos das cargas brasileiras estão a China (+6,3% no período de janeiro a agosto de 2023 na comparação com iguais meses de 2022) e os Estados Unidos (-15,8% no mesmo comparativo). As exportações para a Argentina caíram 28,9% no período.
Acompanhe abaixo um gráfico sobre as exportações brasileiras via contêineres com dados fornecidos pela Datamar:
Exportações Brasileiras via Contêineres | Jan a Agosto 2019 – 2023| TEU
Fonte: DataLiner
Plate
Em relação à Argentina, dados do DataLiner apontam uma queda tanto nos volumes exportados via contêineres (-7,3%) como nos importados (-9,9%) no comparativo janeiro a agosto de 2023 e 2022.
Já o Uruguai registrou uma queda de 7,8% nas exportações via contêineres de janeiro a agosto de 2023 em relação a igual período de 2022 e um leve aumento (+1,9%) nas importações no mesmo comparativo.
Fretes estáveis
Diante desse cenário, relatório elaborado pela Platts, do Grupo S&P Global, e divulgado nesta segunda-feira, dia 02, apontam que as tarifas de contêiner na América Latina mostraram pouca movimentação durante a semana que terminou em 29 de setembro. “Cargas roladas” e blank sailings impediram reduções potenciais nas tarifas devido ao excesso de oferta de embarcações.
As cargas Ex-Asia com destino à Costa Leste da América do Sul caíram 50 dólares na última semana, para $1.600/FEU, mantendo um pequeno prêmio de 100 dólares em comparação com as tarifas avaliadas pela Platts para importações de contêineres na Costa Oeste.
Já as tarifas no comércio Norte-Sul entre a Costa Leste da América do Sul e a Costa do Golfo dos EUA permaneceram estáveis em US$1.730/FEU para exportações da ECSA e US$900/FEU para exportações dos EUAGC.
Perspectivas
Para o último trimestre do ano, as perspectivas são positivas. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na última sexta-feira (29 de setembro), a Visão Geral da Conjuntura, uma análise detalhada sobre o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre de 2023. O Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea reavaliou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, com uma revisão da alta de 2,3%, da última publicação, para 3,3% em 2023. Para 2024, a previsão de 2,0% foi mantida.
Segundo o órgão, no plano internacional, além da reabertura econômica da China no primeiro semestre de 2023, a economia norte-americana tem mostrado dinamismo, contrariando os indicadores antecedentes tradicionais de recessão. O segundo aspecto relevante refere-se ao aumento da participação de mercado dos produtores brasileiros no comércio internacional de soja e petróleo, antes atendido por outros concorrentes. Esse ganho de novos mercados faz com que a taxa de crescimento das exportações brasileiras seja superior à taxa de crescimento do comércio internacional.
Além disso, a estagnação dos investimentos produtivos tende a ser superada com as medidas anunciadas pelo governo federal, do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em vigor. O novo PAC foi anunciado com estimativas de R$ 1,7 trilhão de investimentos a serem realizados nos próximos quatro anos.
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