Novos regulamentos da IMO devem apoiar a recuperação do mercado de transporte de contêineres

Espera-se que os novos regulamentos da Organização Marítima Internacional (IMO) contribuam para a recuperação do mercado de frete marítimo no médio e longo prazo através do arrefecimento da oferta de navios, argumenta a S&P Global Market Intelligence.

A análise mostra que, embora as taxas de frete devam retornar aos níveis vistos no pré-pandemia em 2023, o crescimento reduzido da oferta ativa de navios provavelmente ajudará o mercado a se recuperar a partir de 2024.

“As taxas de frete poderão retornar ao nível pré-pandêmico em 2023 devido à diminuição do congestionamento portuário e condição econômica mais fraca. No entanto, as novas regulações que levarão a demolição de embarcações e redução de velocidade devem ajudar a limitar a oferta ativa. Isto pode ajudar o mercado a se recuperar em 2024 em diante,” comentou Daejin Lee, analista de navegação da S&P Global Market Intelligence.

A organização observa que o setor de contêineres deve enfrentar pressão na oferta devido ao forte investimento em novas construções, ao passo que novos contratos serão limitados em outros setores, incluindo o setor de graneleiros e navios-tanque.

Além disso, os contratos para construção de novas embarcações em 2021 atingiram o nível mais alto desde 2015, principalmente no que tange a navios porta-contêineres, mas permaneceram abaixo dos números visto no período de boom da construção naval nos anos 2000.

A S&P Global Market Intelligence disse que os altos preços e à capacidade limitada dos estaleiros limitou os contratos para novas construções no ano atual, fazendo com que muitos proprietários optassem pelo arrendamento de navios já existentes por preços de contrato muito mais baixos.

De acordo com a análise, o gás tem sido uma escolha preferencial para combustível alternativo, enquanto o metanol (combustível verde) começou a ganhar atenção recentemente, principalmente no setor de contêineres.

O índice de eficiência de navios (EEXI, Efficiency Existing Ship Index) é tido como um requisito para operações marítimas. Muitos navios optarão por limitar a potência de seus motores (EPL) para se enquadrar nas exigências de redução de CO2, limitando assim a velocidade máxima e operacional dos navios.

Além disso, o Índice de Intensidade de Carbono (CII, Carbon Intensity Indicator), que será atualizado anualmente com limites de emissão mais rígidos, ajudará a reduzir a velocidade de navegação a partir de 2024 e o impacto poderá se tornar significativo nas atividades de reciclagem de navios com perfil de idade favorável a partir de 2025.

A central da classificação do CII é incentivar a demurrage para reduzir o tempo ocioso e evitar congestionamentos nos próximos anos, de acordo com a S&P Global Market Intelligence, que observou que, embora uma queda significativa nas taxas de frete e os altos preços de bunker já tenham reduzido a velocidade de navegação, fatores como o EEXI-EPL impedirão a recuperação da velocidade potencial.

Daejin Lee destacou que “como 95% das embarcações em serviço ainda usam combustível fóssil convencional, com os regulamentos tipo CII da IMO, muitas embarcações acabarão sendo sucateadas antes de atingir o limite da vida útil tradicional destas embarcações, o que sustentará o mercado de frete a médio e longo prazo.”

Fonte: Container-news

Para ler o artigo original completo, acesse: https://container-news.com/%ce%bdew-imo-regulations-to-support-container-freight-market-recovery/

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