OCDE prevê melhora na economia Argentina a partir de 2025 e altera pouco as previsões do Brasil
maio, 02, 2024 Postado porGabriel MalheirosSemana202417
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a economia da Argentina terá um 2024 pior do que o previsto anteriormente, que será sucedido por um 2025 acima das expectativas, segundo relatório divulgado no dia 02 de maio. Já para o Brasil a previsão ficou pouco alterada em relação ao estudo anterior divulgado pela entidade, em novembro do ano passado.
Entre os sete países que a OCDE acompanha e faz projeções na América Latina – Brasil, Argentina, México, Chile, Colômbia, Costa Rica e Peru – a projeção de crescimento médio entre essas economias é de 1,4% em 2024 e de 2,4% em 2025.
“A região segue enfrentando perspectivas moderadas de crescimento, com níveis de dívida pública altos e um cenário internacional complexo”, disse Aida Caldera, chefe do Departamento de Economia da OCDE durante coletiva para apresentar o relatório. “A perspectiva é de um 2025 mais positivo associada a um maior crescimento de demanda externa e menor inflação”.
A OCDE prevê que a economia brasileira irá crescer 1,9% em 2024 e 2,1% em 2025, ante previsões de alta de 1,8% e 2% feitas no final do ano passado. A entidade credita os resultados a um aquecimento do mercado de trabalho e dos salários e de uma inflação em queda. O Boletim Focus publicado nesta terça-feira (30) trouxe números similares ao da OCDE, prevendo um crescimento de 2,02% na economia brasileira em 2024 e alta de 2% em 2025 e 2026.
Um dos fatores para a ligeira melhora na perspectiva de crescimento do país para 2024 foi a reforma tributária, que segundo a OCDE tem “potencial de impulsionar a produtividade das empresas e as possibilidades de crescimento”, mas alertou que o governo precisa garantir a confiança de que as contas públicas não irão sair de controle para atingir um superávit primário e estabelecer bons alicerces para a adoção da reforma.
Na Argentina, o cenário é negativo, mas com perspectiva de melhora. No relatório divulgado hoje, a OCDE prevê que a economia do país irá registrar queda de 3,3% em 2024, uma piora do cenário traçado em novembro, de queda de 1,3% neste ano. Porém, para 2025, a previsão de crescimento da economia argentina passou de uma alta de 1,9% para alta de 2,7%.
“A inflação alta, um ajuste fiscal considerável, mas necessário, e a incerteza política irão pesar sobre o consumo privado e o investimento durante a maior parte de 2024 […] A inflação está desacelerando visivelmente, mesmo que apenas gradualmente até agora, mas está projetada para eventualmente ter uma queda mais brusca”, disse a OCDE no relatório.
A entidade ressalta o cenário interno difícil da Argentina para justificar a previsão ruim de 2024, alertando que a queda dos salários reais no país irão afetar fortemente o consumo privado e que as incertezas em relação a reformas econômicas irão afastar o investimento privado, mas que os ajustes em curso em 2024 irão criar uma base sólida para um crescimento em 2025.
“Baixas reservas estrangeiras, restrições cambiais e alta inflação trazem um pano de fundo volátil no qual desvalorizações cambiais repentinas e uma desinflação lenta podem desencadear uma recessão prolongada. A implementação lenta de reformas atrasaria a recuperação”, alerta a OCDE.
Entre outros países do continente, as previsões caíram diante de incertezas econômicas. Para o México, a OCDE prevê alta de 2,2% em 2024 e de 2% em 2025, queda das previsões de novembro, que foram de 2,5% e 2%, respectivamente. A organização comercial diz que a queda para as perspectivas para este ano foram motivadas por uma desaceleração nos Estados Unidos.
Para a Colômbia, a OCDE prevê crescimento de 1,2% em 2024 e de 3,3% em 2025, enquanto no Chile a projeção é de alta de 2,3% neste ano e de 2,5% no próximo.
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