Operadora portuária brasileira irá contratar provedor de datacenter para projeto multicloud
set, 13, 2023 Postado porGabriel MalheirosSemana2023337
A operadora portuária Santos Brasil, uma das maiores da América Latina, escolherá um provedor de datacenter de colocation como parte de seu projeto multicloud até o final do mês, disse o CTIO da empresa, Ricardo Miranda (foto), à BNamericas.
A Santos Brasil está em fase final de negociações com um player de hiperescala capaz de fornecer os chamados serviços de nuvem pública Fast Connect. Miranda não deu detalhes sobre quem é o provedor, mas disse que seus sites ficam em Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.
Odata e Equinix estão entre as empresas que possuem datacenters de colocation na área.
“Estamos aproveitando a nuvem em todos os seus aspectos possíveis – IaaS, PaaS e Saas”, disse Miranda, referindo-se à infraestrutura como serviço, plataforma como serviço e software como serviço, respectivamente.
“Mas queremos aproveitar o melhor que cada nuvem pública pode oferecer porque, dependendo da aplicação, uma nuvem pode ser melhor que outra”, acrescentou.
Após a seleção desse provedor nesse mês, a expectativa é que a migração para nuvem ocorra até o final do ano.
As informações sensíveis da Santos Brasil sobre as operações portuárias, como o núcleo do sistema operacional de terminal (TOS), permanecerão armazenadas internamente e no local devido a requisitos legais que ainda estão em vigor para este tipo de aplicação “por enquanto”, explicou Miranda.
No geral, a Santos Brasil esperava fazer investimentos de cerca de 1,5 bilhão de reais (US$ 304 milhões) em expansões e modernizações até 2030, principalmente em seu terminal de Santos, o maior da empresa, e como parte da meta de atingir uma capacidade de movimentação de contêineres de 3 milhões de TEU/ano.
Esse valor de capex inclui maquinários portuários novos e modernos que possuem recursos digitais nativos para permitir a operação remota, alguns dos quais devem chegar até o final deste ano.
O orçamento da Santos Brasil para investimentos em transformação digital e tecnologia “pura”, como sistemas e dados, gira em torno de 60 milhões de reais por ano. Rede, capacidade de processamento, arquitetura e segurança de dados se enquadram nesses investimentos tecnológicos.
A Santos Brasil opera cinco terminais marítimos, sendo três terminais de contêineres – Tecon Santos (Porto de Santos, no estado de São Paulo), Tecon Vila do Conde (porto de Barcarena, no Pará) e Tecon Imbituba (porto de Imbituba, em Santa Catarina), além do Terminal de carga geral TCG Imbituba (Imbituba, Santa Catarina) e TEV, terminal exclusivo para movimentação de veículos no porto de Santos.
A empresa concluiu neste mês a implantação completa de um sistema operacional de terminal (TOS) atualizado nos terminais de Santos e Barcarena, fornecido pela especialista sul-coreana CyberLogitec. Este projeto foi relatado anteriormente pela BNamericas.
A solução OPUS da CyberLogitec oferece uma abordagem integrada para operações em cais e pátios em um único sistema, sem a necessidade de vários complementos.
A Santos Brasil também concluiu a modernização do seu ERP SAP para a versão mais recente, S/4 Hana, baseada na nuvem AWS. A migração começou em 2020 e os principais módulos foram entregues no início de 2021.
As ferramentas TOS, ERP, CRM, sistema de gestão de armazéns (WMS), solução de gestão de serviços de TI (ITSM) “ou já foram renovadas ou estão sendo renovadas”, disse Miranda.
Um novo CRM, por exemplo, foi contratado do fornecedor de tecnologia indiano Zoho, concorrente da poderosa Salesforce. O ITSM, por sua vez, foi encomendado à FreshService, rival da ServiceNow.
Um novo WMS para os centros de distribuição da Santos Brasil está sendo fornecido pela Senior Sistemas e agora será hospedado na nuvem.
Em termos de redes, a empresa teve recentemente um projeto de redes definidas por software (SDN) aprovado pela sua diretoria. A principal solução SDN está sendo fornecida pela VeloCloud, empresa recentemente comprada pela VMware.
No que diz respeito à segurança, a Santos Brasil está utilizando a solução de ativos de rede zero trust da Palo Alto Networks.
E no relacionamento com os clientes, APIs desenvolvidas e oferecidas pela própria Santos Brasil aos clientes para permitir a consulta do status dos contêineres, entre outras coisas, estão sendo “acionadas” cerca de 900 mil vezes por ano, segundo Miranda.
DIGITAL TWIN, DRONES E REDES PRIVADAS
A Santos Brasil também tem utilizado gêmeos digitais para simular virtualmente volumes e maquinários, com resultados mais “práticos” de uso obtidos este ano, segundo o executivo. O fornecedor desta réplica digital é o especialista Simio, baseado em Pittsburgh.
O aumento do uso de drones também faz parte da nova etapa da transformação digital da Santos Brasil. Atualmente, a empresa aluga dois drones para operações portuárias nos lados Guarujá e Santos do terminal Tecon Santos.
O equipamento tem sido utilizado principalmente para segurança patrimonial e controle patrimonial, mas ainda exige um operador para análise das imagens.
No próximo ano, a empresa pretende expandir o uso de drones para operações e incluir capacidades autônomas para análise automática de imagens via IA.
Quanto à conectividade, a Santos Brasil anteriormente contava com redes Wi-Fi externas com 45 pontos de acesso instalados em seus terminais e fornecidos pela subsidiária sem fio Aruba, da Hewlett Packard Enterprise.
Também testou uma tecnologia Cisco Wi-Fi, Fluid Mesh, para suportar grandes transferências de dados para um sistema de controle remoto em seus guindastes.
Um piloto de rede 4G privada, com possível upgrade para 5G, foi realizado com Nokia e Telefônica.
O projeto produziu resultados de latência e capacidade muito satisfatórios, especialmente na conectividade 5G, mas é considerado caro, especialmente tendo em conta as mudanças de back-office que tal rede exige, explicou o CTIO.
Com isso, o plano da administradora portuária de montar uma rede 5G privada é, agora, um projeto que só será realizado em 2025.
A Santos Brasil também está prospectando transmissão via satélite em baixa órbita para respaldar sua conectividade, mas teve que lidar com “dificuldades contratuais inesperadas” na contratação de alguns desses serviços, disse Miranda.
Fonte: Bn Americas
Para ler a matéria completa, acesse: https://www.bnamericas.com/en/news/brazilian-port-operator-set-to-hire-datacenter-provider-for-multi-cloud-project
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