Otimismo cerca exportação de soja, açúcar e milho pelo Porto de Santos
dez, 20, 2022 Postado porSylvia SchandertSemana202251
Com as projeções de alta no desempenho do agronegócio brasileiro, as expectativas também são positivas para a exportação de commodities pelo Porto de Santos no próximo ano. Soja, açúcar e milho continuarão sendo as principais cargas movimentadas pelo cais santista e as previsões indicam aumento de 3,9%, 4,1% e 5,3%, respectivamente.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa para a safra 2022/23 indica uma produção de 312,2 milhões de toneladas (15% ou 40,8 milhões de toneladas superiores a 2021/22). Parte desse volume é exportado, mas nem tudo embarcado em Santos, tendo em vista também que é crescente a movimentação de grãos em portos do Arco Norte.
“Os portos da Baixada Santista são historicamente responsáveis por 40% do embarque de soja, milho, farelo de soja e açúcar. Se a produção se confirmar e a demanda do mercado interno for a mesma dos últimos anos, há a expectativa de que haja crescimento nos embarques pelos terminais da região”, afirma o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel.
Segundo projeções da Santos Port Authority (SPA), a estatal que administra o Porto de Santos, até o final deste mês, 25,6 milhões de toneladas de soja devem deixar o País pelo cais santista. As projeções ainda indicam os embarques de 19,1 milhões de toneladas de açúcar e de 16,8 milhões de toneladas de milho.
Segue abaixo um gráfico com o volume exportado de soja (hs 1201) e milho (hs 1005) embarcado pelo Porto de Santos entre janeiro de 2019 e outubro de 2022, de acordo com o serviço de inteligência de mercado DataLiner.
Exportação de soja e milho – Porto de Santos | Jan 2019 – Out 2022 | WTMT
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
No próximo ano, é esperado aumento na movimentação. As exportações de soja devem somar 26,6 milhões de toneladas, enquanto as de açúcar são estimadas em 19,9 milhões de toneladas e as de milho, 17,7 milhões de toneladas. Mesmo com esse incremento, a SPA afirma que o Porto está preparado para a demanda.
“Isso é atestado, por exemplo, pelos números obtidos em outubro, quando foi registrado mais de 100% de aumento na movimentação tanto de soja quanto de milho, em números relevantes (1,5 milhão e 2,5 milhões de toneladas no mês, respectivamente). O açúcar também registrou aumento expressivo (39,3%), com embarque de 2,3 milhões de toneladas”, destaca a Autoridade Portuária, em nota.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, caso os números de produção para soja e milho se confirmem, sem variações de quebras de safra por condições climáticas, 2023 tem tudo para ser mais um ano de recordes de exportação de grãos no Brasil, e Santos seguirá sendo o principal corredor de escoamento.
“Além de considerável volume de milho rolando do final deste ano para o início de 2023, a soja oriunda do Mato Grosso chegará cedo ao Porto de Santos e a partir da segunda quinzena de janeiro já teremos navios para esse produto, como de costume. A partir de fevereiro é o real período em que as capacidades portuárias serão colocadas em desafio e a barra terá grande quantidade de navios aguardando atracação”, afirma o executivo.
Crescimento
Segundo ele, outros dois fatores devem contribuir para o contínuo crescimento do volume de exportação no Porto de Santos. Um deles é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que limita muito o escoamento de grãos pela Ucrânia. Com isso, o Brasil acaba sendo um repositor desse volume na cadeia mundial.
Outro fator é a consolidação da exportação de milho brasileiro para a China. “Com os governos entrando em consenso e o Brasil se adequando às imposições chinesas, temos tudo para fazer da China um importante destino também para o milho, enquanto na soja segue sendo o principal”.
O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, diz que a China negociou com o Brasil uma lista de exigências para a exportação da commodity. “O milho ainda não é considerado um grão tão representativo nas exportações brasileiras para a China em comparação com a soja. Mas o início das nossas exportações de milho para o país asiático possibilita que ele tenha mais de um fornecedor confiável do grão”.
Filas
Garantir a chegada das cargas de modo eficiente ao Porto de Santos e evitar filas de navios na barra. Esses são os grandes desafios diante do aumento da demanda de exportação de grãos, na visão de executivos do setor.
Para o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, com o crescimento das exportações, o desafio será acomodar todo esse volume e buscar o mínimo possível de tempo de espera dos navios, aguardando atracação. Essa equação é importante para garantir operações rentáveis no cais santista.
“Aumentarmos em volume, mas gerando filas de navios acima de 30 dias, trará contas altas de demurrage para os clientes e consequências a curto prazo, como o desvio de navios para portos que possam ser mais ágeis no giro, comparados a Santos”, destaca José Roque.
O executivo acrescenta que, a cada ano, fica mais clara a necessidade de novos investimentos em armazéns e silos para que os terminais portuários tenham melhores condições de operar com mais de um produto simultaneamente. Com isso, não há perda de eficiência nas descargas e, consequentemente, no fluxo de embarque.
Já o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel, destaca a necessidade de avanços nas infraestruturas de acesso. Entre eles estão melhorias nos acessos ferroviários com o avanço da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), o que, segundo ele, é muito positivo no preparo para novos volumes.
“A dragagem é outra atividade que vem evoluindo e que precisa continuar com atenção no próximo ano. Os acessos rodoviários estão nos planos do governo, mas o que temos hoje atende o fluxo atual de caminhões destinados aos terminais de grãos. Do lado dos terminais, os investimentos estão sendo feitos para atender os volumes previstos de crescimento para os próximos anos”, afirma Prunzel.
Fonte: A Tribuna
Para ler o material original, acesse: https://www.atribuna.com.br/noticias/portomar/otimismo-cerca-exportacao-de-soja-acucar-e-milho-pelo-porto-de-santos
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