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Pedágio na hidrovia argentina irrita Uruguai e Paraguai

jan, 10, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202302

Assunção e Montevidéu se opõem ao pedágio de carga cobrado por Buenos Aires pelo uso de um trecho de 1.180 km da hidrovia Paraná-Paraguai.

Em 1º de janeiro, a agência portuária argentina AGP começou a cobrar dos navios paraguaios que usam o trecho Confluencia-Santa Fe US$ 1,47/t, alegando que os recursos são necessários para obras de dragagem e sinalização.

A hidrovia é utilizada por cerca de 20 mil embarcações por ano e o pedágio foi anunciado em setembro.

“Não há compensação [para o Paraguai] que justifique a cobrança desse pedágio”, disse à emissora de TV Gen o vice-ministro de relações econômicas e integração do Paraguai, Enrique Franco, acrescentando que o trecho em questão nem precisa de dragagem.

Ele também disse que a Bolívia apoia o Paraguai e que o Brasil deve aderir em breve.

Enrique Duarte, chefe da associação de produção, indústria e comércio Feprinco, disse a Gen, no início desta semana, que o pedágio custaria ao Paraguai cerca de US$ 50 milhões por ano.

Ele alegou que a Argentina também estava violando um tratado assinado por Bolívia, Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina, que se beneficiam da hidrovia. Assinado em 1992, o tratado garante a livre circulação de todas as embarcações.

Duarte pediu às autoridades que retribuam, já que a medida da Argentina pode prejudicar as exportações paraguaias e aumentar os custos de importação.

URUGUAI

Os infortúnios do Paraguai podem afetar diretamente o porto de Montevidéu, que recebe e movimenta para posterior embarque 90% das exportações paraguaias por via hidroviária.

Citando fontes anônimas, o jornal El Observador informou que os operadores portuários uruguaios consideram o pedágio um esforço para retardar o desenvolvimento portuário do país, referindo-se a medidas anteriores, como a proibição de 2013 da Argentina que impediu seus navios de carga de usar o porto de Montevidéu, que era o mais eficiente e a opção mais barata para exportadores.

A proibição foi revertida dois anos depois.

O porto de Montevidéu movimentou um recorde de 1 MTEUs em 2022, em parte devido à recuperação de cargas paraguaias na hidrovia, segundo a agência portuária do Uruguai ANP.

Fonte: Bank of Americas

Para ler a reportagem original, acesse: https://www.bnamericas.com/pt/noticias/pedagio-na-hidrovia-argentina-irrita-uruguai-e-paraguai

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