“Perfil País” identifica 367 oportunidades comerciais para impulsionar ainda mais o comércio com a Índia

Após crescer a uma taxa de impressionantes 63,5% em 2021 comparativamente com 2020, e mesmo tendo sofrido uma desaceleração nos primeiros meses de 2022, o comércio entre o Brasil e a Índia segue registrando taxas de crescimento sem similares entre os principais parceiros comerciais brasileiros.

Esse crescimento robusto deverá manter a tendência de alta e para isso muito poderá contribuir o fato de que sejam devidamente exploradas 367 oportunidades comerciais identificadas no mercado indiano para as empresas brasileiras nos setores de combustíveis minerais, máquinas e equipamentos de transporte, produtos químicos e relacionados, identificadas pelo “Perfil País” sobre a Índia elaborado pela Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Em 2021, a corrente de comércio (exportação+importação) brasileiro-indiana totalizou US$ 11,527 bilhões, com uma forte alta de 63,5% em relação ao ano anterior. Com um incremento de 66,4%, as exportações brasileiras somaram US$ 4,799 bilhões, equivalentes a 1,71% das exportações totais brasileiras, o que fez da Índia o 13º. principal destino das vendas externas brasileiras.

Em contrapartida, a Índia exportou para o Brasil US$ 6,278 bilhões (alta de 61,4% em relação a 2020), respondendo por uma fatia de 3,07% das importações totais brasileiras. Com isso, o fluxo de comércio entre os dois países totalizou US$ 11,527 bilhões, com um expressivo aumento de 63,5% em relação ao ano de 2020. As trocas bilaterais geraram para a Índia um superávit de US$ 1,924 bilhão. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.

No período janeiro-setembro deste ano, o comércio Brasil-Índia apresentou números ainda mais expressivos, apesar de as exportações de um lado e do outro tenham crescido a uma taxa inferior àquelas registradas no ano passado. As vendas brasileiras aumentaram 36,5% para US$ 4,489 bilhões, enquanto as importações cresceram 32,6% e totalizaram US$ 6,586 bilhões.

A corrente de comércio somou US$ 11,074, com uma alta de 34,2% sobre o ano anterior, indicando que este ano o volume total do comércio bilateral superará com folga o montante de US$ 11,527 bilhões intercambiado pelos dois países no ano passado.

Veja abaixo o histórico das exportações de contêineres do Brasil para a Índia, bem como das compras brasileiras vindas da Índia entre janeiro de 2019 e agosto de 2022. Os dados são da DataLiner.

Comércio Brasil-Índia | janeiro de 2019 – agosto de 2022 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A pauta exportadora brasileira para a Índia é bastante diversificada. Entre os principais produtos embarcados figuram gorduras e óleos vegetais (US$ 1,8 bilhão); petróleo (US$ 1,073 bilhão); ouro não monetário (US$ 627 milhões), açúcares e melaços (US$ 171 milhões) e demais produtos da indústria de transformação (US$ 148 milhões).

Por outro lado, as exportações indianas são lideradas pelos óleos combustíveis (US$ 2 bilhões), seguidos por composto organo-inorgânicos (US$ 813 milhões); inseticidas, fungicidas, etc (US$ 445 milhões); demais produtos da indústria de transformação (US$ 322 milhões); e outros medicamentos (US$ 287 milhões).

Economia em ascensão e diversificação das exportações

O estudo da ApexBrasil destaca que com uma população de 1,4 bilhão de pessoas e um PIB de US$ 3,1 trilhões, o sexto maior do mundo, a Índia tem uma economia que voltou a apresentar taxa acentuada de crescimento econômico em 2021, da ordem de 8,6%, o crescimento médio mais elevado entre as dez principais economias do mundo e deverá continuar a expandir-se nos próximos anos, graças a fatores demográficos favoráveis, investimentos em infraestrutura, abertura comercial e aumento do consumo doméstico.

O “Perfil País” sobre a Índia chama a atenção para a necessidade de o Brasil buscar diversificar a pauta exportadora para aquele gigantesco mercado, alertando que 76% do valor das exportações brasileiras corresponderam em 2021 a petróleo bruto (com uma participação de 46,8%), gorduras e óleos vegetais (16,2%) e ouro não monetizado (16%).

A concorrência é diversificada nos grupos de produtos que o Brasil exporta para a Índia. Dentre os principais fornecedores do mercado indiano, China e Emirados Árabes Unidos, estes competem com os exportadores brasileiros em apenas um grupo, ouro não monetizado, em conjunto com a Suíça.

No caso do petróleo bruto, apesar de a Índia ser o terceiro maior mercado brasileiro (depois de China e Estados Unidos), o market share do Brasil é de apenas 1,9%. Os exportadores de petróleo mais relevantes para a Índia, Iraque e Arábia Saudita, têm participações bem mais expressivas, de 23,5% e 16,8%, respectivamente.

Argentina e Ucrânia predominam como fornecedores no grupo de gorduras e óleos vegetais, nos quais as exportações brasileiras vêm apresentando crescimento médio de quase 20% nos últimos anos e já correspondem a 9,1% das importações indianas desses produtos.

Na verdade, existe um vasto campo a ser explorado no comércio entre os dois países. Apesar da forte alta registrada nos últimos anos, o intercâmbio bilateral não condiz com o tamanho e a diversidade das economias brasileira e indiana, sexta e décima-segunda maiores economias do planeta.

Ano passado o Brasil ocupou um modesto 26º. lugar entre os maiores exportadores para a Índia (passando a ocupar a 12ª posição no período janeiro-setembro deste ano), respondendo por apenas 0,9% de participação no mercado indiano, enquanto a Índia apareceu como 5º. principal exportador para o Brasil, com uma participação de 3,1% no mercado brasileiro.

Oportunidades comerciais

O “Perfil País” identificou (Ano-base de dados: 2020) um total de 367 oportunidades comerciais a serem exploradas pelas empresas brasileiras no crescente mercado indiano. Elas se encaixam em cinco grupos principais.

São eles: combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados, com apenas um produto e importações totais no valor total de US$ 64,5 bilhões; mercadorias e transações não especificadas em outras partes da CUCCI, envolvendo dois produtos, dos quais a India realiza importações de US$ 21,9 bilhões; máquinas e equipamentos de transporte, um mercado de US$ 8,6 bilhões envolvendo 79 produtos; produtos químicos e relacionados, segmento no qual as importações indianas totalizaram US$ 6,4 bilhões e 79 produtos; outros, segmento no qual as importações indianas totalizaram US$ 14,1 bilhões e onde foram identificadas 206 oportunidades comerciais para as exportadoras brasileiras.

Fonte: Comex do Brasil

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.comexdobrasil.com/perfil-pais-identifica-367-oportunidades-comerciais-para-impulsionar-ainda-mais-o-comercio-com-a-india/

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