Perspectiva para importação de produtos siderúrgicos em 2022 é de desaceleração
maio, 03, 2022 Postado porGabriel MalheirosSemana202219
O mercado de aço no país trabalha com uma expectativa de forte desaceleração na importação de produtos siderúrgicos acabados neste ano. A avaliação é que o consumo de aço esfriou no país, puxado pela retração da economia brasileira, com inflação e juros em alta. Além disso, há a volatilidade do dólar, o que cria receios ao importador nas decisões de compra.
Cargas de material importado têm levado até 180 dias para chegar ao Brasil, segundo fontes do setor. “As importações vão cair com certeza”, diz um executivo.
A previsão para o consumo aparente (soma de vendas internas mais importação) total — incluindo todos tipos de aços, planos e longos principalmente —, do país em 2022 é de alta de 1,5%, conforme estimativa divulgada pelo Instituto Aço Brasil.
Hoje, conforme as avaliações, o setor que apresenta maior fraqueza de demanda é o da indústria automobilística, afetado principalmente pela falta de chips. Por outro lado, os segmentos ligados ao agronegócio continuam com forte demanda — especialmente caminhões, apesar desse problema — e máquinas e implementos agrícolas.
Outros fatores que podem inibir a entrada de aço estrangeiro no país são a guerra na Ucrânia e o problema da covid-19 na China. Neste momento, diz uma fonte, a China, com cadeias produtiva e logística afetadas pelo combate ao coronavírus, está privilegiando o mercado interno.
A siderurgia chinesa é o maior exportador de produtos acabados de aço para o Brasil, com mais da metade do material plano que entra no país. A Rússia também era um fornecedor relevante.
De acordo com o Aço Brasil, no primeiro trimestre, as vendas internas caíram 19,7% e o consumo aparente, 17,7%. O impacto mais forte se verificou no mês de março. Ao mesmo tempo, as exportações, de produtos laminados e semiacabados, registraram alta de 28,3% no período.
Conforme os dados do Aço Brasil, as importações de aços planos ainda registraram aumento, de 5,3%, no primeiro trimestre, somando 544,8 mil toneladas. Já a entrada de produtos longos teve uma queda de 17,1%, para 268,9 mil toneladas de janeiro a março. No todo, a importação de aço mostrou decréscimo de 3,4% no período.
Veja abaixo o histórico das importações brasileiras de produtos siderúrgicos (HS 7325 e HS 7326) de janeiro de 2021 a março de 2022. Os dados são do DataLiner.
Importação de produtos fundidos de ferro e aço e outros produtos siderúrgicos | jan 2021 – mar 2022 | TEU
Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)
Após uma expansão de 144,2% no ano passado na entrada de aço de fora do país em relação a 2020, com total de 4,97 milhões de toneladas, as projeções da entidade dos fabricantes locais são de retração de 12%. O crescimento na importação foi impulsionado pela forte demanda interna e disrupção na cadeia de produção entre julho de 2020 e junho de 2021 por causa da covid-19.
A previsão do Aço Brasil é que o volume de aço importado fique em 4,38 milhões de toneladas — o que representa 16,3% do consumo aparente projetado no ano.
Fonte: Valor Econômico
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