Peste suína na China faz frigoríficos brasileiros viverem euforia
out, 01, 2019 Postado porSylvia SchandertSemana201941
A epidemia de peste suína africana na China continua impulsionando as ações dos frigoríficos brasileiros. Como ainda não há sinais de que o vírus esteja sob controle – pelo contrário, o plantel chinês só faz diminuir -, os investidores reforçaram a aposta na valorização das principais empresas de carnes: JBS, BRF, Marfrig e Minerva. Em conjunto, os quatro frigoríficos nunca atravessaram uma maré tão positiva na bolsa, e 2019 dificilmente será repetido.
Em setembro, os papéis da JBS renovaram suas máximas históricas e a empresa da família Batista assumiu a terceira posição entre os grupos privados não financeiros mais valiosos na B3, ultrapassando a Vivo.
O mês também foi bastante positivo para a Marfrig, que teve dois novos abatedouros autorizados a exportar à China, o que contribuiu para a alta de quase 32% de suas ações. A empresa de Marcos Molina ainda contou com o otimismo exagerado do lançamento do hamburguer vegetal.
Nesse ambiente de euforia, os frigoríficos figuram entre as maiores valorizações do Ibovespa. No ano, a JBS está na dianteira. Os papéis subiram 183%, maior alta do índice. Para os investidores, a aposta na Marfrig rendeu 101% entre janeiro e setembro, a quarta valorização mais relevante. Na sétima posição está a BRF, com uma valorização de quase 75%.
A Minerva, que não faz parte do Ibovespa, também foi beneficiada pelas perspectivas positivas para a China – o país asiático habilitou dois abatedouros da empresa para exportação em setembro. Em 2019, as ações da empresa subiram 96%.
Em valor de mercado, a trajetória ascendente dos frigoríficos significou um acréscimo de R$ 77 bilhões. Juntas, as quatro companhias valem hoje R$ 131 bilhões.
De acordo com analistas de mercado, os dados do rebanho da China continuam mostrando uma deterioração. Vale lembrar que a China consome 50% da produção global de carne suína.
Além disso, o dólar também vem favorecendo as exportações. Para os analistas, a tendência é que as ações dos frigoríficos continuem surfando a maré chinesa.
O gráfico a seguir, feito a partir de dados do DataLiner, mostra as exportações de carne bovina pelo Brasil no período de janeiro de 2006 a agosto de 2019:
Fonte do gráfico: DataLiner/Datamar
Fonte da reportagem: Valor
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