PF faz operação contra grupo empresarial suspeito de usar maior porto do RS para traficar 17 toneladas de cocaína para a Europa
mar, 30, 2023 Postado porSylvia SchandertSemana202316
A Polícia Federal (PF), com o apoio da Receita Federal, fez, na manhã desta quinta-feira (30), uma operação contra uma organização criminosa suspeita de usar o porto de Rio Grande, no Sul do RS, para traficar cocaína para a Europa.
A Receita Federal divulgou que há envolvimento de “um dos principais grupos empresariais de logística portuária do sul do Brasil com o tráfico internacional de drogas”. Além disso, que ele usava o dinheiro obtido com a atividade criminosa como investimento e planejava adquirir direitos de concessão para operações portuárias. O nome do grupo não foi divulgado.
De acordo com a PF, em dois anos de investigação, foi comprovado que o grupo transportou 17 toneladas da droga usando a estrutura do maior porto do Rio Grande do Sul. Desse total, 12 foram apreendidas. Ele utilizava empresas de logística marítima sediadas em Rio Grande e em Itajaí (SC).
São cumpridos pelas autoridades 17 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no RS, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, além de Assunção, no Paraguai.
Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos e uma aeronave avaliados em mais de R$ 500 milhões, além dos bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de Guias de Trânsito Animal (GTAs) por quatro investigados, totalizando 534 ordens judiciais.
O esquema
A investigação começou em março de 2021, a partir de informações recebidas pela PF de que 316 quilos de cocaína foram apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.
A investigação indicou que a droga era produzida na Bolívia e remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio. Ela ingressava no país por Ponta Porã (MS). Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí.
A droga era inserida em cargas regulares com a coordenação das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, que eram proprietários das cargas legalizadas (normalmente, de insumos que poderiam mascarar a droga durante controle alfandegário). Já na Europa, os compradores da droga furtavam parte da carga legalizada onde estava a cocaína. Dessa forma, ela era distribuída em diversos países da Europa.
Grupo criminoso descoberto
A Receita Federal percebeu a incompatibilidade entre o volume de dinheiro recebido e o obtido pela atividade econômica de diversas empresas usadas pelo grupo criminoso. A suspeita era de lavagem de dinheiro.
Também constatou o uso de empresas de fachada e de laranjas para ocultar a origem de valores obtidos com a prática criminosa e de bens comprados por membros da organização criminosa. Além disso, se verificou a realização de operações de exportação incoerentes do ponto de vista comercial. A suspeita é de que o objetivo era encobrir o envio de carga ilegal para o exterior.
Fonte: G1
Para ler o material original, acesse: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/03/30/pf-faz-operacao-contra-grupo-empresarial-suspeito-de-usar-maior-porto-do-rs-para-contrabandear-toneladas-de-cocaina-para-a-europa.ghtml
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