Plano para levar o café do sul de MG, por trilhos, à Angra
nov, 22, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202145
Um projeto que poderá movimentar investimentos de mais de R$ 20 bilhões busca viabilizar as exportações de produtos do sul de Minas Gerais, principalmente café, pelo porto de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. A intenção é unir essas pontas por ferrovia.
Defendido pelo Porto Seco Sul de Minas e pelo Terminal Portuário de Angra dos Reis (Tpar), o novo corredor logístico depende da reativação dos trechos ferroviários Varginha-Três Corações-Lavras (Shortline Sul de Minas) e Barra Mansa-Rio Claro-Angra (Shortline Sul Fluminense). Os dois fazem parte da Ferrovia Centro-Atlântica, administrada pela VLI,
Atualmente concentradas no porto de Santos, as exportações que partem do Porto Seco Sul de Minas rendem cerca de US$ 1 bilhão por ano (R$ bilhões, incluindo impostos) e chegam ao litoral paulista em caminhões, com custos mais altos e elevado número de acidentes, principalmente na Rodovia Fernão Dias.
De acordo com levantamento feito pelo Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas, a movimentação anual chega a 100 mil contêineres, incluindo exportações de café, importação de fertilizantes e movimentação inter-regional de café para blendagem. Com o novo corredor, estima-se que o volume poderá dobrar.
“Só de café, são 80 mil contêineres, mas com a redução de custos certamente o aumento será expressivo. Para Santos, o exportador paga, hoje, R$ 3,4 mil por contêiner, valor que sobe para R$ 3,8 mil no caso do transporte ao porto do Rio. Com a ligação entre Varginha e Angra, o custo cai para R$ 1,8 mil, sem contar a logística reversa [transporte de fertilizantes do porto para os polos cafeeiros]”, afirma Cleber Marques de Paiva, presidente do Porto Seco de Varginha e exportador de café.
Paiva estima que, ao todo, somando-se obras de infraestrutura – inclusive em pequenos trechos rodoviários de ligação -, terminais e armazenagem, os investimentos no projeto Varginha-Angra podem alcançar entre R$ 20 bilhões e R$ 23 bilhões, grande parte em projetos privados no Porto Seco Sul de Minas e arredores. Para dar início aos trabalhos, ele acredita que seja necessário um capital de risco de R$ 200 milhões.
Fonte: Valor Econômico
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