Plantação de milho na Argentina paralisa com medo de ‘grande seca’

As principais zonas agrícolas da Argentina estão enfrentando as condições mais secas em cerca de 30 anos, disseram especialistas em agricultura e clima, aumentando os temores sobre uma nova “grande seca” e paralisando o plantio de milho no terceiro maior exportador mundial do grão.

As vastas planícies dos Pampas da nação sul-americana estão atingindo o início da temporada de plantio de milho depois de quase nenhuma chuva em cerca de quatro meses. As previsões prevêem tempo mais seco à frente, com chuvas escassas.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processados ​​e um importante produtor de milho, trigo e cevada.

“Esta é uma das situações mais complexas que vimos nas últimas décadas. Temos que dizer que é o pior cenário de plantio de milho nos últimos 27 anos”, disse à Reuters Cristian Russo, agrônomo-chefe da bolsa de grãos de Rosário.

Russo acrescentou que a bolsa provavelmente reduzirá sua estimativa de plantio de milho em 2022/23 em seu relatório mensal. Atualmente, prevê uma área de plantio de 8,2 milhões de hectares.

Germán Heinzenknecht, meteorologista do Consultor de Climatologia Aplicada, apontou cidades agrícolas como Pergamino, na província de Buenos Aires, que tiveram apenas 6 milímetros de chuva no inverno, de junho a agosto, a menor desde 1933.

“É sério. Há problemas em todos os lugares”, disse Heinzenknecht, acrescentando que aumentam os riscos de que o país possa ver uma repetição da “grande seca” de 2008/09, que afetou as colheitas. “Uma pessoa que quer plantar agora simplesmente não pode.”

Na Argentina, o final de setembro geralmente anuncia o início de uma primavera mais úmida, mas espera-se que um terceiro padrão climático consecutivo de La Nina limite a precipitação.

Andrés Paterniti, analista de safras da bolsa de grãos de Buenos Aires, o outro principal órgão de cereais do país, disse que houve atrasos “massivos” no plantio em áreas agrícolas centrais, bem como na província de Córdoba.

“O cenário atual é desanimador”, disse.

Heinzenknecht acrescentou que os agricultores precisavam de um milagre.

“A única coisa que pode nos tirar disso é algo disruptivo, algo que ninguém está vendo. É a única coisa que pode mudar a paisagem, o que é alarmante”, disse.

Fonte: Reuters

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.reuters.com/world/americas/argentina-corn-planting-stalled-great-drought-fears-rise-2022-09-15/

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