Por que a crise energética pode levar à falta de fertilizantes e agrotóxicos e impactar safras futuras
nov, 12, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202143
Os produtores brasileiros estão com dificuldades para encontrar fertilizantes e agrotóxicos no mercado. Crises energéticas em países fornecedores matéria-prima para esses produtos, como China, Rússia e Índia, e problemas logísticos por causa da falta de contêineres e navios estão entre as principais causas.
Os maiores impactos não serão sentidos agora porque os agricultores compram esses insumos com antecedência, dizem analistas ouvidos pelo g1. Mas, a escassez começou a impactar no custo de produção dos alimentos e pode prejudicar a safra de 2022/23.
Dependente da importação
O Brasil, de maneira geral, depende do exterior para obter estes itens. Isso acontece por duas razões: o país não possui a matéria-prima e, em alguns casos, simplesmente não a utiliza para esse fim, explica o professor Carlos Eduardo Vian da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
Mais de 60% dos ingredientes de agrotóxicos e de 70% dos usados em fertilizantes vêm de fora, fazendo com que o Brasil seja o único dos grandes polos agrícolas que tem dependência da importação de insumos, afirma Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria Cogo.
Os fertilizantes químicos funcionam como um tipo de adubo, usado para preparar e estimular a terra para o plantio.
Ao todo, o Brasil importa 76% matéria-prima para esses produtos. Destes, 32% vêm da China, explica o presidente da CropLife Brasil, Christian Lohbauer. Trata-se de uma associação que resultou da junção de outras entidades do setor, entre elas os fabricantes de agrotóxicos, que antes se apresentavam como Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).
“O que está acontecendo hoje é que a China fez uma mudança na sua política energética e uma parte importante de províncias que têm os centros químicos que produzem produtos oriundos do fósforo amarelo e do glifosato não trabalha mais nos turnos de antes”, resume Lohbauer.
Fonte: G1
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