Portos e Terminais

Porto de Buenos Aires em Risco de Perder Mercado para o Uruguai e o Brasil devido à Falta de Investimento

maio, 21, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202421

O Porto de Buenos Aires enfrenta possíveis perdas de mercado para o Uruguai e para o Brasil devido a investimentos insuficientes e ineficiências operacionais, segundo especialistas do setor. Essa situação tem tornado o porto cada vez mais obsoleto, ameaçando a posição da Argentina no mercado de transporte marítimo regional.

Os operadores de mercado citam a ausência de um plano nacional de infraestrutura de longo prazo como uma questão crítica. Renovações repetidas da concessão do porto resultaram em investimentos mínimos, deixando o principal porto de contêineres da Argentina – responsável por 50% do total de carga do país – carente de tecnologia, equipamentos e eficiência operacional.

Desafios Operacionais

Uma preocupação significativa é a capacidade operacional limitada do porto. A falta de um plano abrangente de infraestrutura resultou em dragagens inadequadas para acomodar navios maiores. Essa deficiência coloca Buenos Aires em desvantagem em comparação com os portos do Uruguai e do Brasil, aumentando o risco de o porto se tornar secundário ou um porto “alimentador”, o que implica tempos de navegação mais longos para os principais mercados de exportação.

A localização central do porto agrava a congestão urbana, adiciona custos logísticos e aumenta a poluição, afetando tanto os residentes quanto os turistas. Uma solução proposta é descentralizar as atividades portuárias, distribuindo funções para outros portos do país para aliviar a pressão sobre Buenos Aires.

Possíveis Portos Alternativos

Vários portos alternativos foram identificados:

  • Exolgan: Localizado em Dock Sud, próximo a Buenos Aires, com 60 hectares e capacidade para 1 milhão de TEUs.
  • TecPlata: Situado a 45 minutos de Buenos Aires, com um cais de 14 metros de profundidade e equipamentos de ponta, com capacidade superior a 1 milhão de TEUs.
  • Terminal Zárate: Em Campana, com 218 hectares e capacidade para 300.000 TEUs, projetado para veículos, contêineres e cargas gerais.
  • Tajiber: Localizado no km 92 do rio Paraná, com 280 hectares e um cais capaz de lidar com navios oceânicos, alimentadores e barcaças.
  • Desenvolvimento Estratégico de Infraestrutura

Um plano estratégico propõe conectar esses locais alternativos por meio de uma nova rodovia paralela à Rota 6 existente. Esse desenvolvimento visa melhorar os custos logísticos, a eficiência operacional e a segurança da carga, enquanto cria novos empregos. O uso de caminhões bi-trem também é sugerido para aumentar a capacidade de veículos sem piorar o congestionamento do tráfego.

Reorganização Urbana e Impacto Econômico

A descentralização das atividades portuárias facilitaria a reorganização urbana, permitindo que o tráfego pesado evitasse o centro da cidade, reduzindo assim o congestionamento e o impacto ambiental. A área do porto recuperada poderia ser reurbanizada com hotéis, espaços públicos, centros comerciais e um novo terminal de cruzeiros. Essa transformação é projetada para atrair $6 bilhões em investimentos e criar mais de 3.000 empregos dentro de uma década.

As mudanças propostas visam modernizar a infraestrutura portuária da Argentina, posicionando o país de forma mais competitiva no mercado regional, ao mesmo tempo em que melhoram as condições de vida urbana. O plano destaca a necessidade urgente de investimentos estratégicos e desenvolvimento de infraestrutura para garantir o futuro do Porto de Buenos Aires.

Fonte: Infobae

Clique aqui para acessar a reportagem original em espanhol: https://www.infobae.com/economia/2024/05/07/aseguran-que-por-falta-de-inversion-el-puerto-de-buenos-aires-podria-perder-mercado-ante-uruguay-y-brasil/

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